O governo de Mato Grosso do Sul estuda conceder mais oito rodovias à iniciativa privada em 2020. O trabalho de contagem de tráfego em oito estradas teve início em dezembro de 2019 e será a partir dele que a modelagem de um contrato de concessão será feita.
Para as próximas rodovias, a elaboração dos editais e a consulta no mercado será mais rápida do que com a MS-306. O leilão da rodovia que atravessa o nordeste de Mato Grosso do Sul e liga as cidades de Costa Rica e Cassilândia ocorreu no mês passado, mas a elaboração do edital e o trabalho para encontrar investidores interessados levou quase todo o ano de 2019.
“A gente fez o leilão da MS-306 primeiro para sentir o mercado e foi muito bom que aconteceu desta forma, porque conquistamos a confiança dos investidores”, explicou o secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel. A contagem de tráfego, conforme Riedel, é importante para verificar a viabilidade dos novos editais.
O secretário preferiu não informar quais rodovias estaduais estão passando por estudos de viabilidade para serem concedidas à iniciativa privada. “Gera muita especulação”, justifica. O Correio do Estado apurou que as próximas rodovias são as que têm perfil parecido com o da MS-306: um grande volume de tráfego de caminhões e que servem como rota de escoamento da produção local.
MS-306
O secretário de Governo e Gestão Estratégica, Eduardo Riedel, também revelou que o contrato de concessão da MS-306 será assinado até o início do mês de março. O Consórcio Way-306 arrematou o trecho de 209 km da rodovia por 605 milhões e depositará R$ 115 milhões deste valor de outorga onerosa para poder administrar a rodovia.
“Imediatamente após a assinatura a concessionária assume a rodovia e daí o interesse passa a ser grande pela parte deles, pois têm um cronograma para conduzir”, explicou Riedel. Além da receita com o pagamento da outorga onerosa, a concessão da rodovia também vai gerar uma economia de R$ 4 milhões por ano, valor que o governo gasta com a manutenção da estrada.
Neste início de ano, a empresa já está contratando profissionais de engenharia, manutenção, cobrança de pedágio e das áreas médicas e de salvamento, além de começar a estruturar as praças de cobrança de pedágio. Serão três praças com uma tarifa de pedágio de R$ 8,72.
A concessionária terá a obrigação de instalar terceira faixa em pontos críticos da rodovia, construir rotatórias e trevos e reformar os já existentes, além de adequar pontes e viadutos.
Ainda haverá oito painéis de mensagens, sete radares fixos e um centro de operação monitorado por câmeras.
A proposta da Way-306, liderada pela Engenharia e Comércio Bandeirantes, venceu o Consórcio Via Brasil MS-306, liderado pela Conasa. O leilão foi realizado na Bolsa de Valores de São Paulo.
O contrato de concessão da MS-306 tem estimativa de investimentos de aproximadamente R$ 1,7 bilhão em um período de 30 anos.
*Correio do Estado – Eduardo Miranda