Cresce a insatisfação com os políticos!

REFLEXÃO Como dizia o poeta – “O tempo engole a gente”. Mas na política nem todos tem essa percepção ou leitura. Acham que são eternos, que tem a fórmula da invencibilidade ou algo parecido. Por ocasião da morte do ex-senador Juvêncio C. da Fonseca (MDB) não se falou da sua derrota para deputado estadual no pleito de 2006 aos 71 anos de idade. Amargou o 44º lugar e com 8.267 votos. Seu cacife de 384.264 votos de 1998 ao Senado evaporou. E convenhamos; com a internet as mudanças são radicais e rápidas. O festival de surpresas só começou. Aguardem o que virá por aí!

O RELÓGIO não para embora ignorado pelos políticos. Outros exemplos: O ex-governador Pedro Pedrossian tentou o senado e foi derrotado por Delcídio do Amaral (PTB); ex-senador Marcelo Miranda (PL) também foi derrotado nas tentativas de retornar inclusive disputando a prefeitura de Paranaíba; o ex-deputado estadual Benedito Leal (MDB) também não obteve sucesso como candidato a deputado estadual após um período sem mandato. Na análise conclui-se que a tendência do eleitorado, que vai se renovando ano a ano, é pela natural oxigenação do quadro.

A MÍDIA A influência dela pesa muito na política. A imagens do candidato idem. Episódio interessante que ilustra a situação de políticos sem mandato e que após alguns anos tentam o retorno. Um amigo – eleitor roxo do ex-governador Pedro Pedrossian – tinha como certo de que seu filho iria estrear como eleitor votando nele na eleição de 1990 vencida por Zeca do PT (40 anos de idade). Mas no horário eleitoral. o jovem decepcionou-se com a imagem e fala de Pedrossian – diferente das referências feitas pelo pai e votou segundo suas convicções pessoais. Nova geração, outra cabeça.

IMPRESSIONA o reflexo do estresse nos políticos ao longo do tempo. Um simples olhar na foto no palanque do MDB – por exemplo – em sua recente convenção permite-nos aferir essa verdade. Mas como se diz; a sede de poder é muito mais forte que os limites de cada um, sobrepondo-se a outros valores dos simples mortais. O ano passa num piscar de olhos; quando menos se espera os filhos são pais, os netos cresceram sem o colo doce do avô; o mandato terminou e é hora de enfrentar uma nova eleição. A adrenalina motiva mas também consome o político anestesiado pela vaidade ou raiva.

CARLOS MARUN No dia 16 de maio de 2020 vencerá o mandato do ex-deputado federal como Conselheiro da Administração de Itaipu. Embora fora da estrutura do MDB é notória sua ligação – mas sem declarações ou manifestações partidárias. Por exclusão dos nomes do MDB Marum pode ser apontado como aquele que reúne bons predicados como candidato a prefeito. Já ouvi no saguão da Assembleia Legislativa de que ele teria como candidato a missão de tentar provocar o 2º turno em 2020 onde faria aliança com a candidata Rose Modesto que não desistiu de suas pretensões.

A TESE é interessante. Marun tem tornado público em vários episódios de que tem na política seu projeto de vida. Encara com naturalidade situações que aos olhos da opinião pública provocam reações divergentes. Foi assim defendendo o ex presidente Temer (MDB) e na prisão do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB) em Curitiba. Enfim, sua passagem por Brasília deu-lhe maturidade e fez relacionamentos de peso, não teve o nome envolvido em escândalos E tem postura ativa politicamente falando. Mas antes é bom consultar o eleitorado – cuja maioria acha que na política não há inocentes.

ECONOMIA É ela que decide as grandes eleições. O eleitor quer renda e estabilidade. Volto ao tema devido a insistência da Rede Globo em demonizar o presidente Donald Trump que tem folgada maioria no Senado para barrar o impeachment. Ora bolas! O país surfa uma onda de crescimento econômico e geração de empregos. Lá atrás Bill Clinton só derrotou George Bush (pai) pela crise econômica . Lá como aqui, Argentina e Chile, as pessoas comuns não estão interessadas em ideologia. Querem barriga e bolso cheios. Enfim, o eleitor é mais pragmático do que se imagina.

BAGAÇO Se você perguntar aí no seu trabalho ‘quem confia nos políticos ou nos partidos’ não ficará surpreso. Nessa última pesquisa ‘Datafolha’ só 4% dos brasileiros confiam nos partidos e 58% não confiam. Tá explicado porque o Congresso Nacional é a segunda instituição do país pior avaliada. O povo faz sua análise de conduta pelas matérias votadas pelos congressistas e tira então suas conclusões que influenciarão inclusive nas eleições de 2020. Duas das matérias votadas são emblemáticas e decepcionaram: o pacote anticrime e a reforma da previdência com suas exceções.

‘JUSTO VERÍSSIMO’ Chico Anísio já carimbou o passaporte para o andar de cima mas o seu personagem continua atual mesmo com o passar dos anos e após os sucessivos escândalos – tidos por nós como ‘normais’. Aquela expressão ‘eu quero é me arrumar e o resto que se exploda’ faz sentido. Apesar da renovação do Congresso Nacional que inicialmente trouxera esperança e até euforia, caiu na vala comum do descrédito. A presença de militares, policiais, autoridades e lideranças religiosas não contribuiu para a melhora de postura. Não há comprometimento com a Nação.

UTOPIA “A política deve ser movida pelo desejo de servir e construir coisas que verdadeiramente mudem para melhor a vida das pessoas. Dar significado a um mandato eletivo exige dedicação, estudo e, acima de tudo, amor ao próximo, preocupação com as pessoas, capacidade de sentir a dor dos mais humildes, a angústia dos desemparados…” Essa afirmação é do deputado federal amazonense Marcelo Ramos (DEM) em recente artigo. Sem a pretensão de discutir as qualidades do parlamentar é oportuno comparar o o texto com o que vemos no Congresso. Como se diz em italiano: ‘parole…parole’.

VERGONHA Não há uma só semana sem denúncias de corrupção envolvendo políticos e agentes da administração pública. De norte a sul – de Uberlândia ao Rio de Janeiro . Casos comparáveis à violência rotineira que resiste ao longo do tempo. O cidadão liga a TV ou rádio; acessa um site e depara com notícias sobre investigações e prisões de gente de diferentes posições da vida pública. Até prisão de juízes e desembargadores não causa mais espanto. Neste quadro é difícil confiar nas lideranças políticas e autoridades. No fundo os números do “Datafolha’ também são frutos disso.

O FILME é antigo, só mudam os personagens. O sistema permite brechas para os corruptos se safarem. O caso do ex-governador Pezão (MDB) do Rio de Janeiro é apenas mais um que reúne esses ingredientes. O brasileiro fica questionando: será que esses gestores públicos seriam na verdade pobres vítimas da imaginação e perseguição das autoridades? Será que todos os fatos, documentos e as gravações comprometedoras seriam obras arquitetadas por ‘agentes do mal’? Mas no subconsciente da população pairam a desconfiança e a tendência pela culpabilidade.

BOMBACHAS VAZIAS Os governantes do PT também quebraram o Rio Grande do Sul. Pode? Lá existem 100 mil professores aposentados e pasmem – apenas 50 mil em sala de aula; 35 mil militares na reserva e somente 16 mil na ativa. Com isso o déficit anual da previdência gaúcha chega aos astronômicos R$ 20 bilhões – numa dívida de 233% da receita líquida anual, salários atrasados e investimento ridículo de só 0,3% do PIB. A declaração do governador Eduardo Leite “Não existem soluções simpáticas para uma situação dramática como essa” – precisa ser assimilada por todos os governadores.

TACADAS Os números econômicos colocam Sidrolândia como cidade efervescente e de futuro. A agroindústria é sua mola propulsora. O anúncio do Governo Estadual em levar até lá o ramal de gás natural romperá a última barreira para se consolidar como um polo. Estive conversando com o deputado Gerson Claro (PP) e o Secretário Jaime Verruch (Meio Ambiente, D. Econômico, Produção e Agricultura Familiar) e seus argumentos são irrefutáveis. O outro ramal do gás para Ribas do Rio Pardo coincide com a vinda de outra gigante indústria de celulose que sacudirá a cidade e região. O Estado vai diversificando sua economia e ganha espaço no cenário nacional.

TELMA RENNER: “ ( )…A CLT foi criada em 1943…Ah! mas essa legislação visava proteger o empregado…assim nasceu o “coitadismo” tão prejudicial e enraizado na nossa cultura…mas hoje complemente obsoleto…o empresário evoluiu, mas a legislação piorou a cada dia, onerando e dificultando ao máximo o desempenho das empresas… cheia de norminhas e regrinhas, a toda hora mudada por políticos que sempre viveram às custas do contribuinte e para conquistar seu eleitorado, foram apertando o cerco cada vez mais e com isso dificultando a criação de mais empregos…o empresariado com medo da industria das causas trabalhistas, baixa a cabeça, aceita e não comenta…”

MEMÓRIA “No Brasil, em vez de se colocar o falsário na cadeia, obrigam-se todas as pessoas a provar sistematicamente, com documentos, que não são desonestos. Com isso, pune-se o honesto sem inibir o desonesto, que é especialista em falsificar documentos”. A afirmação é do ex-ministro Helio Beltrão – da Desburocratização – 40 anos atrás quando entrava em vigor uma lei para acabar com regras absurdas muito parecida com a Lei 13.726/2018 que tem o objetivo de proibir os órgãos públicos de exigirem firma reconhecida em cópias de documentos. Tal qual a ingênua pretensão de Beltrão, essa lei de 2018 tende a ser ignorada. Esse é o país!

XORORÔ, reclamações por imprevistos ou qualquer outro insucesso é o que se ouve por aí. Aliás, hoje cobra-se demais por felicidade e sucesso pessoal. Ser feliz virou obrigação. A minha mensagem de final de ano é inspirada num vídeo onde um cidadão cego em Nova Veneza (Goiás) consegue preparar seu café, cuidar dos porcos, fazer a ordenha de 8 vacas e por incrível que pareça produzir seus próprios queijos . Ele caminha pela propriedade rural e cuida dos animais como qualquer cidadão. Entrevistado, ele se diz feliz e em momento algum reclamou da sorte. E pensar que as pessoas andam insatisfeitas e por motivos banais reclamam. Portanto, o momento é de agradecimento por tudo que somos e temos. E ponto final!

FELIZ NATAL E EXCELENTE 2020!