Estudantes do terceiro ano do Ensino Médio de uma Escola Estadual 14 de Fevereiro, em Pontes e Lacerda, a 443 quilômetros de Cuiabá (MT), tomaram uma importante decisão neste fim de ano. Doaram o dinheiro arrecadado para a festa de formatura ao longo do ano para a professora de artes visuais Lucilene Ezequiel, 37 anos.
O filho de Lucilene, Enzo, 7 anos, sofre de artrite e pitiríase rubra pilar, uma doença de pele crônica, caracterizada por placas avermelhadas, descamação e pápulas foliculares engrossadas.
A doença foi diagnosticada em agosto de 2018. “Começou com uma manchinha bem pequena no joelho e se espalhou rapidamente. Em um mês, o corpo estava tomado. Começamos o tratamento pelo SUS, mas Enzo não apresentava melhora. Há duas semanas, ele não andava. As lesões e o inchaço na pele causavam muita dor e impediam o movimento”, conta Lucilene.
O desejo da professora era levar o filho a um especialista em São José do Rio Preto, no interior de São Paulo, mas, apesar de trabalhar em duas escolas, o dinheiro não sobrava.
Foi quando os 28 alunos do terceiro ano do Ensino Médio resolveram surpreendê-la. “Eu percebi que eles estavam me cercando e perguntei o que estava acontecendo. Eles disseram que queriam falar comigo e me entregaram o dinheiro. Minha primeira reação foi negar, afinal, tratava-se da quantia arrecadada durante todo o ano para a festa de formatura deles, mas eles insistiram e eu comecei a chorar”, revela.
Enzo já passou na consulta com o especialista, que fez mudanças nos medicamentos, e ele já apresenta uma significativa melhora. “É uma doença autoimune que não tem cura, mas o tratamento sugerido pelo especialista fez muita diferença. As manchas praticamente sumiram”, comemora Lucilene.
Revista Crescer – Bruna Menegueço