A Suzano S.A. anunciou no fim da semana passada a aquisição de 106 mil hectares de terra e a Licença de Instalação da fábrica de celulose a ser instalada em Ribas do Rio Pardo. Conforme a gestão municipal, a fábrica trará até 7 mil empregos diretos e indiretos para o município, aumentando a arrecadação e a população do local.
Com capacidade para 2,2 milhões de toneladas, esta será a quarta indústria de produção de celulose no Estado. A unidade de Ribas do Rio Pardo se somará às outras duas fábricas da Suzano localizadas em Três Lagoas. A unidade deve receber investimentos, pelo menos inicialmente, de parte dos R$ 300 milhões previstos para a expansão dos negócios da companhia no próximo ano.
Segundo o prefeito de Ribas do Rio Pardo, Paulo Cesar Lima Silveira, a nova planta vai gerar até 7 mil empregos para a cidade. “Nós precisamos falar o quanto é viável esse projeto e o tanto de potencial que Ribas tem no setor florestal. A fábrica vem de encontro com um anseio da população quanto a geração de empregos. Há pelo menos dez anos o município perdeu muitos postos de trabalho e muitas empresas fecharam. A previsão de empregos diretos é de 2 mil empregos com capacidade de gerar 7 mil diretos e indiretos”.
Silveira ainda reforçou que a nova fábrica vai ser um momento histórico para o município e deve triplicar a população em cinco anos. “Gerando emprego e automaticamente aumentando a arrecadação da cidade. Nós temos de Campo Grande à Três Lagoas o maior corredor florestal do Brasil, próximo de 1 milhão de hectares de floresta plantada nesse corredor. Só em Ribas temos 230 mil hectares de florestas plantadas de eucalipto. Hoje Ribas não vive só a expectativa da construção da fábrica, porque a cidade vem crescendo muito na produção de soja e milho. Nós evoluímos de menos de 10 mil hectares para mais de 25 mil hectares na última safra. Com perspectivas, segundo a Associação dos Produtores de Soja (Aprosoja-MS), de chegar acima de 35 mil hectares”, comemorou o prefeito.
INVESTIMENTOS
No comunicado divulgado ao mercado na quinta-feira (12), a Suzano informou que já adquiriu, pelo menos, 100 mil hectares de terras no Estado, patrimônio que já está em poder das subsidiárias de gestão de imóveis da companhia. Neste ano, no setor de terras e florestas, a companhia deve investir R$ 1,3 bilhão. Para 2020, a previsão é de mais R$ 400 milhões em investimentos – boa parte desses recursos deve ser aplicada em Mato Grosso do Sul.
O titular da Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Jaime Verruck, explica que a Licença de Instalação é um importante ativo que viabiliza a construção da fábrica, assim que a empresa decidir pela implantação. “Um processo de instalação de indústria para chegar até este ponto, de ter licença ambiental e de instalação, demoraria entre três e quatro anos. Estes são indicativos de que Mato Grosso do Sul terá a quarta fábrica de celulose, mas ainda sem cronograma previsto”, destaca o secretário ao lembrar que entre as terras adquiridas pela Suzano, parte conta com ativos florestais.
Correio do Estado – SÚZAN BENITES E YARIMA MECCHI