Após a conclusão da semeadura da soja, o produtor rural brasileiro deve ficar atento a manutenção das lavouras. A ocorrência de focos de ferrugem asiática da soja em seis locais do País acendem o alerta para todos os produtores, inclusive os de Mato Grosso do Sul.
Conforme informações do Consórcio Antiferrugem , da Embrapa Soja, no Brasil foram confirmadas as ocorrências de ferrugem asiática, nos estados do Rio Grande do Sul, São Paulo e Paraná. “Com isso a região Sul já passa a ter maiores probabilidades de registro, devido a exposição na divisa do Estado, mas todos os agricultores devem acender o sinal de alerta e não perder tempo caso seja identificada a ferrugem ou qualquer outra doença nas plantações”, explica o presidente da Associação dos Produtores de Soja de Mato Grosso do Sul (Aprosoja-MS), André Dobashi.
A Associação recomenda atenção e monitoramento, rígido e diário nas lavouras, com aplicações de fungicidas de acordo com as normas estabelecidas. As doenças que atingem a soja neste período de desenvolvimento da planta, exigem monitoramento constante, para possível registro e evitar a proliferação, viabilizando o manejo em tempo hábil.
De acordo com a Fundação MS, o Estado tem resistência de ferrugem asiática a todos os grupos químicos utilizados, ou seja, nenhum fungicida aplicado de forma isolada é capaz de conferir segurança para o agricultor, no sentido de estabilidade no controle de doenças. “A partir do momento que se agrega o fungicida específico à um fungicida multissítio, o controle fica mais estável e passamos a ter garantia da eficácia do controle e evitamos surpresas”, explica o pesquisador da Fundação MS, Fernando Grigolli.
MANCHA ALVO
Outra doença também considerada relativamente comum nesta fase da lavoura é a mancha alvo. A Aprosoja alerta que tanto o agricultor quanto sua equipe técnica precisam saber identificar, para aplicar o manejo adequado.
Segundo o pesquisador da Fundação MS, nesta safra Mato Grosso do sul teve um cenário de semeadura muito diferente em função da disparidade de chuvas, com áreas semeadas em setembro, outubro, novembro e pequenas áreas com plantio realizado em dezembro. Em função disso o manejo de doenças se torna um pouco mais complicado.
“Nos últimos dez dias tivemos um certo incremento de doenças de final de ciclo, como mancha alvo e antracnose, que já começam a ser um observadas nos primeiros plantios realizados, e com certeza será uma fonte de inóculo para as áreas semeadas mais tardias. Então esse manejo de doenças nessas plantas, certamente vai impactar na dinâmica das doenças nos plantios mais tardios. Com isso podemos ter problemas mais severos”, disse Grigolli.
O pesquisador ainda explica que para evitar esta situação, a recomendação técnica é de que o agricultor faça a rotação dos fungicidas. “Deve-se fazer aplicações de forma adequada, de acordo com as recomendações de cada produto, utilizando os óleos e os adjuvantes necessários para ter uma boa cobertura e uma boa aplicação dos produtos, seguindo um intervalo máximo de 14 a 15 dias entre cada aplicação e, principalmente, utilização de fungicidas multissítios, que são importantes para aumentar o espectro de controle da aplicação que está sendo realizada e também para manejar resistência”, recomenda Grigolli.
SÚZAN BENITES correio do estado