Pai que desviou dinheiro para tratamento do filho arrecadado em campanha é condenado em MG

O pai do menino João Miguel, preso por desviar o dinheiro arrecadado para o tratamento da criança, foi condenado pela Justiça a sete anos e seis meses de prisão em regime fechado por estelionato.

Segundo a denúncia, Matheus Henrique Leroy Alves, de 37 anos, desviou quase R$ 500 mil da campanha que já havia arrecadado mais de R$ 1 milhão para o tratamento do filho. Ele se mudou para Salvador, na Bahia, onde foi preso, e ostentava uma vida de luxo.

A criança, que morava em Conselheiro Lafaiete, na Região Central de Minas Gerais, enfrentava uma atrofia muscular espinhal (AME), que é uma doença degenerativa grave. João Miguel morreu pouco depois de completar dois anosem um hospital, em Belo Horizonte, em outubro deste ano.

 

A Justiça ainda determinou que Matheus siga preso preventivamente durante o andamento processual nas instâncias superiores. O dinheiro da campanha está bloqueado pela Justiça.

A advogada da mãe de João Miguel disse que não vai se manifestar sobre a condenação. A defesa do condenado não foi localizada.

Matheus foi absolvido da denúncia de abandono material.

Morre em Belo Horizonte o menino João Miguel que sofria de uma doença rara
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O caso

Pai é preso por suspeita de fugir com dinheiro arrecadado em campanha para o filho em MG
Pai é preso por suspeita de fugir com dinheiro arrecadado em campanha para o filho em MG

O pai de João Miguel, Mateus Henrique Leroy Alves, foi preso em um hotel em Salvador no dia 22 de julho deste ano, após a mãe de João Miguel denunciá-lo.

A Polícia Civil o prendeu após receber informações de que ele teria viajado a passeio com parte do valor arrecadado na campanha para pagar o tratamento da criança.

O Ministério Público denunciou o pai por estelionato e abandono material contra o filho. De acordo com a denúncia, Mateus gastou cerca de R$ 500 mil de um total de R$ 1 milhão arrecadado em campanhas na cidade, com corrida e shows, e ainda nas redes sociais. A defesa dele negou que ele tenha cometido os crimes.

Por Carlos Eduardo Alvim, TV Globo — Belo Horizonte