Para a Polícia Civil, um adolescente de 15 anos é o único responsável pela morte da estudante de Direito Luana Farias de Oliveira, de 20 anos, atingida na carótida, artéria que fica no pescoço, por golpe de garrafa de vodka durante baile funk, na madrugada de domingo (3), no Bairro Universitário. A conclusão da polícia, diferente da alegação do jovem, dada ao se apresentar nesta terça-feira (5), descarta briga generalizada no momento em que Luana foi atingida.
“Se houve, foi em outro momento”, afirmou a delegada Célia Maria Bezerra da Silva, ao falar das primeiras investigações sobre o crime, na 4ª Delegacia de Polícia Civil, no Bairro Moreninhas. Segundo ela, foram ouvidas 13 pessoas, entre as que estavam na festa, como o marido da jovem morta, e as que não estavam, como o pai dela.
Havia, conforme o trabalho investigatório, cerca de 250 pessoas no Centro Comunitário do Bairro Universitário. Ontem, o advogado do adolescente, Cairo, disse que o relato dele é de já ter deixado o local quando houve uma “briga generalizada”.
Conforme a responsável pela investigação, só os amigos do menino contam essa versão. As outras testemunhas, apontou, dizem que o episódio foi restrito ao agressor, um amigo dele de 16 anos, outro rapaz de 18, o marido de Luana, que acabou agredindo um rapaz que nada teria a ver com a briga, depois de ver a mulher ferida.
“Ciúmes” – A cena levantada pelos investigadores coincide em um ponto com a apontada pelo adolescente: ele foi visto com uma menina de 15 anos, com quem está “ficando”, pelo ex-namorado dela, que foi “pedir satisfações”. A partir daí, em vez de ir embora, como o menino disse ter feito, segundo a polícia ele pegou uma garrafa de vodka e desferiu o golpe que atingiu Luana.
O outro rapaz, depois de desviar da garrafa, se retirou, segundo apurado. Nesse momento, o marido de Luana agrediu com um soco uma uma terceira pessoa, parecida com o rapaz enciumado. Na sequência, vendo a gravidade da situação, levou a mulher ferida para a UPA, onde ela chegou morta.
Na delegacia, foram apresentados pedaços de uma garrafa de vodka encontrados no lugar, nos quais é possível ver resquícios de sangue. O caso, por envolver menor de 18 anos, vai ser encaminhado para a Deaij (Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude). Em situações assim, o autor é enquadrado pelo Estatuto da Criança e do Adolescente, que prevê internação de até 3 anos para infratores.
Também vai ser solicitada investigação da área especializada na Polícia Civil sobre a realização da festa, em razão da presença de muitos adolescentes, informou a delegada Célia Maria.
*Campo Grande News – Marta Ferreira e Maressa Mendonça