Secretário diz que número de mortes no HR está “na média histórica”

Em resposta à determinação da Justiça para que sejam investigadas 1,1 mil mortes ocorridas de fevereiro a outubro deste ano no HRMS (Hospital Regional de Mato Grosso do Sul), o secretário de Estado de Saúde, o deputado federal licenciado Geraldo Resende, divulgou nota em que afirma estar dentro da média dos últimos nove anos esse número de óbitos. “Não detectamos nenhum crescimento desproporcional nestes números”, afirmou Resende.

Os números de óbitos do Hospital Regional, finaliza o secretário, também estão dentro de índices apresentados por outras unidades hospitalares de Campo Grande, como a Santa Casa e o Hospital Universitário. No material enviado à imprensa, Resende assegura que o governo do Estado, por meio de sua pasta, “vem trabalhando para melhorar, gradativamente, o atendimento prestado”.

Segundo ele, ao longo deste ano o número de óbitos de fevereiro até o dia 14 de outubro, que foi de 1.140, manteve-se dentro da média histórica dos últimos nove anos (de 2010 a 2018), que foi de 1.311 falecimentos/ano.

A secretaria reforçou na nota que o HR atendendo 100% pelo SUS (Sistema Único de Saúde) e recebe 120 mil pacientes anualmente. “Os números apresentados à justiça estão dentro da série histórica do hospital. Em 2016 foram registrados 1.491 óbitos, em 2017 foram 1.436 e em 2018 foram 1.419”, explica o secretário. De acordo com ele, nos últimos nove anos foram registrados 11.799 mortes no hospital.

“Temos profissionais que são verdadeiros heróis, que se dedicam em salvar vidas, principalmente aqueles que atuam na urgência e emergência”, declara o secretário.

Ainda de acordo com ele, o HR é uma unidade regulada que recebe pacientes encaminhados por todos os municípios do Estado, incluindo um pronto-socorro “de portas abertas”. “É determinação do governo do Estado não recusar nenhum paciente, e por isso, o Regional recebe em seu Pronto Socorro, pacientes que muitas vezes estão com seu estado de saúde já bastante deteriorado ou mesmo em fase terminal, não apenas de Campo Grande, mas de todos os municípios do Estado, de outras unidades da Federação e até de países vizinhos, como Paraguai e Bolívia”.

Conforme o diretor do estabelecimento, Márcio Eduardo de Souza, a unidade é considerada de alta complexidade, com clínicas de Cardiologia, Neurologia, Oncologia e Nefrologia, por exemplo. Por isso, é referenciada para tratamento de pacientes graves e/ou gravíssimos, normalmente idosos ou portadores de doenças crônicas, que já passaram por tratamentos na rede básica ou secundária sem sucesso, ou que em razão da gravidade e do risco iminente de morte são encaminhados diretamente para tratamento na unidade.

Providências – Entre as medidas adotadas este ano em busca de melhoria no atendimento no Hospital Regional, foram citados aumento dos recursos mensais investidos; regularização de grande parte dos estoques de materiais, insumos, órteses/próteses, reagente e equipamentos no serviço de cardiologia, hemodinâmica e de biópsia, apontados em relatórios de vistorias técnicas realizadas na Unidade; retomada, mesmo que parcialmente, do serviço de hemodinâmica no dia 15 de outubro passado; renovação de contatos de boa parte dos técnicos de enfermagem que tinham seus contratos vencidos; e implantação do PROADI-SUS (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do SUS), executado pelo Hospital Sírio Libanês e que está em andamento; além da compra de equipamentos para várias clínicas que nunca ocorreu anteriormente, muitos destes em processo de licitação.

 

 

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