Dois alvos da Operação Omertà, que tiveram prisão preventiva decretada e são apontados como pistoleiros de uma organização criminosa de milícia armada em Campo Grande, não foram encontrados até o momento. A polícia divulgou a foto dos suspeitos nesta segunda-feira (30), inclusive oferece recompensa para quem fornecer as informações que levem até a localização de José Moreira Freires e Juanil Miranda Lima.
A operação Omertà foi deflagrada na última sexta-feira (27) para cumprir 23 mandados de prisão, também 21 mandados de busca e apreensão. A organização criminosa é investigada por envolvimento em diversos homicídios na Capital. Entre os presos estão o empresário Jamil Name, Jamil Name Filho, também policiais civis, guardas municipais, um policial federal e até militar do Exército.
Há muitas especulações sobre o sumiço dos pistoleiros José Moreira e Juanil Miranda, sendo que já se cogitou que eles estariam mortos. No entanto, a polícia acredita que os suspeitos sejam encontrados vivos. “Estamos recebendo algumas informações do paradeiro deles e acreditamos que eles não estejam mortos”, acrescentou o Garras (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos a Bancos, Assaltos e Sequestros).
Também há informação de que eles possam estar escondidos em outro Estado ou até mesmo no país vizinho, o Paraguai. A denúncia pode ser feita pelo telefone (67) 98462-9173 ou pelo 3357-9500. A polícia garante o anonimato do denunciante.
Entenda
Durante a deflagração da operação Omertà, na última sexta-feira (27), nem Freires e muito menos Juanil foram encontrados. Eles tiveram contra si mandados de prisão preventiva por fazer parte de organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada.
Freires e Juanil são apontados como pistoleiros da organização e a qual são atribuídas algumas execuções como a do Matheus Coutinho Xavier foi assassinado em frente à sua casa com 7 tiros de fuzil na cabeça, no dia 9 de abril.
Outra execução atribuída a eles é a de Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, conhecido como ‘Orlando Bomba’ executado com tiros de fuzil na cabeça, tórax, e braços em frente a uma barbearia. Dois homens chegaram em uma Dodge Journey, desceram e executaram ele, que saía do local e ia em direção à sua camionete Hillux. O crime aconteceu no dia 26 de novembro de 2018.
Paulo Magalhães
O guarda municipal José Moreira Freires foi condenado a 18 anos de prisão pela morte do delegado Paulo Magalhães, pelo 2° Tribunal do Júri de Campo Grande, no dia 15 de agosto de 2018, porém, por força de um habeas corpus concedido pelo Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul em 24 de janeiro de 2014, ele responde ao crime em liberdade. Freires foi condenado por homicídio qualificado com recurso que dificultou a defesa da vítima.
Paulo Magalhães, após se aposentar como delegado da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul, estava envolvido em diversas denúncias contra autoridades regionais e chegou a falar publicamente sobre os supostos esquemas de corrupção que combatia, durante audiência do CNJ (Conselho Nacional de Justiça) com a ministra Eliana Calmon, em 2011, em Campo Grande.
Freires disse aos jurados, na época, que não sabia que a vítima era delegado aposentado e que achava que se tratava de um advogado.
Para explicar porque fugiu logo depois da execução, o guarda municipal levanta suspeita sobre a atuação da polícia no caso. Segundo ele, mesmo sem ter participação na execução, teria sido ‘avisado’ que policiais estariam armando um cenário de resistência para matá-lo quando fosse abordado. O suposto plano para eliminar o pistoleiro seria uma ‘queima de arquivo’.
Operação
O Garras e o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Repressão ao Crime Organizado), com apoio dos Batalhões de Choque e o Bope (Batalhão de Operações Especiais) da Polícia Militar, deflagraram na sexta-feira (27), a Operação Omertà, com a finalidade de dar cumprimento à 13 mandados de prisão preventiva, 10 de prisão temporária e 21 mandados de busca e apreensão, nas cidades de Campo Grande e Bonito.
A Operação Omertà tem como foco uma organização criminosa voltada à prática dos crimes de milícia armada, porte ilegal de armas de fogos de uso restrito, homicídio, corrupção ativa e passiva, entre outros crimes.
As investigações do Gaeco tiveram início em abril deste ano, com o objetivo de apoiar as investigações dos homicídios de Ilson Martins Figueiredo, Orlando da Silva Fernandes e Matheus Coutinho Xavier, conduzidas pelo Garras desde 26 de abril de 2019.
Mariana Rodrigues e Dayene Paz midiamax