Chuvas ajudam início de safra e soja tem 6,4% de área plantada em MS

Dos 2,3 milhões de hectares dedicados ao cultivo de soja em Mato Grosso do Sul, 6,4% já estão plantados, segundo levantamento do Siga (Sistema de Informação Geográfica do Agronegócio) da Aprosoja (Associação dos produtores de Soja e Milho de MS).

Mesmo com a elevação no custo dos insumos, é esperada alta de 8,8% na área plantada, que foi de 2,1 milhões de hectares na safra passada. De acordo com a Famasul (Federação de Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), as chuvas do último fim de semana ajudaram no plantio, iniciado nos últimos dias de setembro.

Do total de grãos que serão colhidos, 31% já estão negociados. O número é superior aos 12% registrados no mesmo período do último ciclo. Alguns sojicultores negociaram até 50% da safra antes mesmo de iniciar o plantio para aproveitar a cotação do dólar, que influi nos preços.

No fim de setembro o preço médio da saca de soja foi de R$ 72, enquanto no mesmo período do ano passado o grão foi vendido por R$ 55. O acréscimo de 31% justifica o interesse dos produtores pelo adiantamento da comercialização.

“Qualquer valorização do dólar atinge diretamente o sojicultor. Por isso, ele se adianta nas vendas já que nunca conseguiu um preço tão bom para o grão e, assim, garante o investimento em tecnologias para a próxima temporada”, explica o analista de grãos da Aprosoja/MS, Leonardo Carlotto, fazendo referência a moeda americada, que hoje está cotada a R$ 3,88, mas chegou a R$ 4,14, há duas semanas.

Custos – Na safra passada, o cultivo de um hectare de soja custou ao produtor em média R$ 2,1 mil e neste ciclo o valor subiu para R$ 2,4 mil. A elevação se deve, em especial, ao encarecimento de sementes, máquinas, implementos de irrigação e defensivos agrícolas. A participação desses itens no custo total era de 44,3% na safra passada e agora subiu para 47%. Somente o custo com fertilizantes cresceu 29%, conforme levantamento feito pela Embrapa Agropecuária Oeste (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária).

A maior parte dos insumos é importada, lembra Carlotto. “É indicado fazer o planejamento da produção, para então tomar a decisão quanto a negociação do grão e consequentemente, também a compra dos insumos para o milho safrinha, uma vez que a movimentação do dólar é incerta”.

 

Fonte: Campo Grande News