Após 19 anos, queijo de Paraíso das Águas ganha até propaganda do presidente

Produto divulgado já recebeu proposta para ser produzido até na Europa

O sabor do queijo meia cura do produtor Álido Brun, de 84 anos, acaba de ganhar propaganda do presidente Jair Bolsonaro. No dia da sanção da lei que libera a comercialização do queijo artesanal em todo o País e exterior, a comemoração foi degustando o produto que nasceu em Paraíso das Águas, há 19 anos.

Fã declarado do presidente, seu Álido comemora a possibilidade de agora ir até para a Europa. “Eu só vendia queijo dentro de Paraíso, mas vinha gente do Brasil inteiro comprar. Sem a Lei eu não podia enviar nem para Chapadão do Sul que é aqui do lado. Mas já teve gente que pediu encomendas por Sedex com destino a Belém, Rio de Janeiro e muitos outros lugares”, lembra Álido.

O produto é feito de forma totalmente artesanal e orgânica, por Álido e a filha. O queijo meia cura ganha a coloração natural amarelinha, fato que, segundo o dono, já chamou a atenção até de queijeiro francês.

“Já vi muitas pessoas passarem mal de tanto comer. Ele não sacia e não dá vontade de parar de comer. As pessoas me perguntam o segredo e eu não sei dizer. Eu já recebi propostas até para fabricar na Europa, mas amo meu País, eu queria ter o direito de vender aqui, sem burocracia”, pontua.

Queijos em vários formatos prontos para comercialização.
Queijos em vários formatos prontos para comercialização.
Tarde de degustação no Senado. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)
Tarde de degustação no Senado. (Foto: Geraldo Magela/Agência Senado)

Neste mês, o queijo foi levado ao Senado e os parlamentares se esbaldaram. Um especial de sete quilos foi enviado ao presidente. “Cada senador levou um queijo. Por aqui a pesquisa foi feita com 30 pessoas e 29 indicaram meu queijo. Depois disso, enviei um de sete quilos ao presidente, que também gostou muito”, conta Álido.

Por conta do alto custo e quantidade de regras para legalizar a venda, Álido nunca pode aumentar a produção. Segundo ele, mais de 100 comerciantes de Campo Grande esperam por seu produto. Em 2003, o quilo do produto era vendido a R$ 10, em 2013 a R$ 35, em 2014 a R$ 40 e agora sai a R$ 60.

“Agora vou poder legalizar e vender sem o custo de grandes laticínios. Eu tenho área para produzir 2 mil litros ao dia, nada mais que isso, pois também não posso comprometer a qualidade do meu produto. Atualmente, fabrico de 30 a 40 quilos por dia e vendo o quilo por R$ 60”, explica Álido.

A História – A trajetória de Àlido e família começa em 1980 quando saíram de Santa Rosa (RS) com destino a São Gabriel do Oeste, no norte do Estado, para plantar soja. Em 16 anos, seu modelo de trabalho rendeu até prêmios no Ministério da Agricultura, mas mesmo assim veio à falência.

Por ser produtor rural, teve preferência no projeto de loteamento do Incra (Instituto Nacional da Reforma Agrária) e conseguiu uma área em Chapadão do Sul, no Assentamente Sucuriú, onde ele, a esposa Elda Molinare Brun, de 75 anos, e os filhos, chegaram em 2000.

Àlido levou a cultura da uva para região, mas foi no queijo que obteve sucesso. “Eu tinha umas vaquinhas e decidi pegar um ramo desvalorizado e transformá-lo em um grande negócio”, conta.

A propriedade fica localizada na BR-060, km 54, em Paraíso das Águas. Para quem sai de Campo Grande, a fazenda fica a 54 km antes da sede de Chapadão do Sul.

Queijo na categoria meia cura. (Foto: Divulgação)
Queijo na categoria meia cura. (Foto: Divulgação)

Cortes menores mostram a textura.
Cortes menores mostram a textura.

 

 

Campo Grande  News , Danielle Valentim