Pecuaristas de MS produzem três vezes mais do que média nacional

A pecuária de corte em Mato Grosso do Sul registra mais um resultado positivo em avaliação de produtividade. Cerca de 20% dos produtores rurais entrevistados pela equipe técnica do Rally da Pecuária produzem mais de 18 arrobas por hectare/ano e representam 49% das vendas totais, na amostragem realizada nas três últimas edições.

O índice produtivo do Estado é três vezes maior do que a média nacional que é de pouco mais de 5 arrobas por hectare/ano, explica o coordenador da pesquisa, Maurício Palma Nogueira.

“O objetivo principal do nosso trabalho é visitar as principais regiões de pecuária do País e coletar informações com os produtores que depois serão apresentadas em formato de relatório. Para que isso aconteça atuamos em três frentes: visitas às propriedades com entrevistas in loco, organização de eventos e oficinas, além de amostragem aleatória de dados sobre pastagens”, detalha.

Ao final, o resultado é compilado e divulgado em forma de relatório no portal do Rally da Pecuária. A versão de acesso público é mais resumida, mas, contém dados relevantes e atualizados. Já o relatório completo é enviado para patrocinadores e produtores participantes da pesquisa.

DESENVOLVIMENTO

Palma reforça que ao longo dos anos, a atividade pecuária tem se aperfeiçoado de forma geral, em função da adoção de tecnologias e dos sistemas produtivos.

“Podemos antecipar que a qualidade do rebanho possibilita um aumento de 6 a 8% no valor do rebanho. Quando um produtor tem baixa produtividade ele não consegue aumentar os ganhos, porque produz pouco. Em contrapartida, quem investe nesse quesito terá maior lucratividade”, pontua o especialista.

Ao todo, a expedição técnica percorrerá 50 mil quilômetros, nas principais regiões pecuárias de 10 estados: Rio Grande do Sul, Paraná, Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Tocantins, Pará, Mato Grosso e Rondônia.

Em dois dias, o grupo visitou 16 propriedades rurais de Mato Grosso do Sul, nas cidades de Caarapó, Campo Grande e Jardim. Questionado sobre os diferenciais encontrados nos rebanhos de uma região para outra, o coordenador do rally aponta:

“Não dá para rotular essa ou aquela região, pois, existem vários sistemas de produção. Observamos com muito cuidado, porque é um projeto grande a e a atividade pecuária também. No entanto, um exemplo que posso citar é o ganho de peso de carcaça em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, em relação a outras regiões do país”, observa.

Outros fatores relevantes observados no caso sul-mato-grossense são o aumento na quantidade de confinamento em propriedades, qualidade no manejo e cuidado com as pastagens e avanço no pacote tecnológico.

ATUALIZAÇÃO DO MERCADO

Na passagem por Jardim, a equipe realizou um evento para os produtores rurais da região denominado “É tempo de colheita! A pecuária em fase de alta”. Já em Campo Grande, uma oficina sobre produtividade atulizou os convidados sobre o cenário da pecuária de corte em todo país.

“Entre os temas apresentados estão perspectivas de longo prazo para o setor, e aproveitamos para esclarecer e tirar dúvidas de temas polêmicos envolvendo o setor. Infelizmente, existe um grande sensacionalismo contra a pecuária e por isso, os empresários precisam estar atentos. Além disso, reforçar que é preciso concentrar esforços para aumentar a produtividade, pois, quem não se atentar pode ter prejuízos”, conclui.

Nogueira antecipa que para 2020, o Rally da Pecuária terá uma programação especial, em função de completar 10 anos de atividade. “Além de planejarmos a publicação de um anuário com as compilações de cada edição, queremos permacer mais tempo aqui no Estado, a fim de acompanhar o desenvolvimento da pecuária regional”, finaliza.

 

 

*Correio do Estado – Bruna Aquino e Aline Oliveira