O Marfrig Global Foods anunciou nesta quarta-feira (6) o fechamento do frigorífico que administrava em Paranaíba –a 422 km de Campo Grande– há menos de dois anos. Com a medida, estima-se que cerca de 500 trabalhadores serão dispensados. A medida foi tomada em meio a uma “decisão estratégica” da multinacional de carnes, que negocia sua fusão com a BRF Foods.
A unidade mantinha média de 600 abates diários e havia sido arrendada da Total S/A no retorno da empresa ao município –que, em 2015, também encerrou os abates na mesma unidade, mas sob o argumento de falta de bois no mercado. Naquela ocasião, foram demitidos cerca de 530 trabalhadores. Em julho de 2017, porém, a empresa anunciou a retomada das atividades na planta, que também interessava a um grupo português.
Em nota, a empresa apenas relatou o encerramento das atividades, mas não deu detalhes sobre as razões. “A Marfrig confirma o encerramento das atividades na unidade de Paranaíba, no Mato Grosso do Sul, por conta de uma decisão estratégica. A companhia reitera que cumpre rigorosamente todas as normas vigentes e mantém compromisso com a excelência operacional”, destaca o comunicado.
Com o fechamento da planta de Paranaíba, o Marfrig mantém uma unidade de produção em Mato Grosso do Sul, em Bataguassu –a 335 km da Capital–, que no fim de 2018 chegou a ter incentivos fiscais suspensos devido ao descumprimento de um termo de acordo firmado em 2007 com a administração estadual, que previa a implantação de uma fábrica de biodiesel. Na ocasião, a empresa também informou que a medida não causaria impactos, já que o grupo havia desistido da construção da usina.
Fusão – Na quinta-feira (30), BRF e Marfrig divulgaram fato relevante ao mercado, confirmando que seus conselhos de administração autorizaram a assinatura de memorando de entendimentos, visando à união de negócios entre os dois grupos que, por até 120 dias, não poderão discutir fusões ou incorporações com outros grupos.
Embora o comunicado admita que a unificação das empresas pode não sair do papel, ele também representaria o surgimento de uma nova gigante mundial no setor de carnes –com 85% do negócio sendo controlado pela BRF, e o restante cabendo ao Marfrig, em um negócio de quase R$ 28 bilhões e alcance global.
*Campo Grande News – Humberto Marques