Em nove anos, pecuária ‘perde’ 3 milhões de hectares para a agricultura em MS, aponta governo

Em um período de nove anos, entre 2010 e 2018, a pecuária “perdeu” 3 milhões de hectares de pastagens em Mato Grosso do Sul para a agricultura. Essas áreas foram ocupadas por culturas como a soja, o milho, a cana-de-açúcar e o eucalipto, conforme explicou nesta terça-feira (7) o superintendente da secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar (Semagro), Rogério Beretta, durante painel do Simpósio Brasileiro de Solos Arenos (SBSA), em Campo Grande.

Beretta comentou que essa “conversão” da pecuária para a agricultura em Mato Grosso do Sul ocorre principalmente em cima de solos arenosos, que apresentavam algum estágio de degradação, mas tinham grande potencial para ser explorado.

“Trabalhando focado do uso e conservação do solo, atenção a logística, apoio a pesquisa e envolvimento em projetos de manejo e conservação do solo, temos trabalhado para dar viabilidade para a agricultura crescer nesses solos, que são a nossa nova fronteira agrícola e onde temos exemplos de municípios com altíssimas produtividades”, destacou.

Beretta citou como exemplo da conversão, a expansão das áreas cultivadas com soja no estado. A cultura atingiu no ciclo 2018/2019 o cultivo em 2,900 milhões de hectares, registrando um aumento de área na safra de 280 mil hectares. “Foi um fato marcante, Mato Grosso do Sul teve o maior aumento de área plantada com soja no Brasil”.

Em relação a expansão das outras principais culturas do estado sobre as áreas de pastagem, Beretta, lembrou que 80% da área plantada com soja é ocupada pelo milho de inverno, e que a cana-de-açúcar atingiu os 830 mil hectares – entre áreas para colheita, renovação e produção de mudas, enquanto que o eucalipto atingiu a marca dos 1,100 milhão de hectares cultivados.

Em relação a pecuária, o superintendente da Semagro lembrou que o estado ainda possui 20 milhões de hectares com pastagens, dos quais 6 milhões estão na planície do Pantanal, sendo a maior parte ainda de áreas nativas

Por Anderson Viegas, G1 MS