Golpista preso em Vitória -ES afirmou que era de Chapadão do Sul

O suspeito de cometer o crime, Werlon Júnior Pereira Gomes, 22 anos, contou à polícia que é de Chapadão do Sul (MS) e que está no Estado há um mês

Fingindo ser um bancário, um jovem identificado como Werlon Júnior Pereira Gomes (22) foi preso em flagrante sob acusação de aplicar um golpe num corretor de imóveis, na Enseada do Suá, em Vitória (ES). Ele teve R$ 2 mil furtados da conta corrente após o suspeito usar um aplicativo de banco que estava instalado no celular da vítima para fazer a transferência. Esta informação está sendo compartilhada em grupos de whatasapp de Chapadão do Sul porque  jovem é morador no município. O caso foi levado ao conhecimento do delegado Felipe Potter que poderá investigar se ele teria lesado outras pessoas na cidade.

A prisão aconteceu depois que ele ofereceu ajuda à vítima, que estava com um problema no celular. O corretor de imóveis contou que recebeu uma mensagem pelo WhatsApp solicitando que ele fizesse a atualização do aplicativo. Sem desconfiar confirmou o comando e recebeu uma mensagem informando que o WhatsApp dele havia sido instalado em outro aparelho.

À partir disso, não conseguiu mais ter acesso ao aplicativo pelo celular dele. “Não conseguia mais entrar, essa mensagem aparecia toda hora. Fui até a loja da operadora de telefonia, em um shopping, mas lá me disseram que não tinha um profissional habilitado para me ajudar e pediram que eu retornasse no dia seguinte”, relata a vítima.

“Ajuda”

Logo depois, o corretor recebeu uma ligação da esposa dizendo que havia conhecido um rapaz em um restaurante e que ele havia se prontificado a resolver o problema. “Embaixo do meu prédio tem um restaurante, minha mulher disse que estava no local e, conversando com amigos nossos, contou o que havia acontecido comigo. Esse rapaz estava perto, ouviu a conversa e disse que podia ajudar. Ela me ligou e pediu que eu fosse encontrá-los”.

Assim que chegou no restaurante, o corretor disse que conheceu Werlon, que de início apresentou-se com o nome falso de Douglas Pereira Gomes. O suspeito falou que trabalhava em um banco e disse que podia ajudar, formatando o celular da vítima. “Ele disse que tinha que desinstalar minhas contas do celular para eu não cair num golpe. Falou ainda que precisava do número do IMEI do aparelho para fazer a formatação. Eu subi para o meu apartamento e peguei a caixa do aparelho, quando desci, ele me entrou o celular e disse que o celular já estava formatado”.

Furto

Enquanto estavam no restaurante, Werlon disse que precisava ir até o caixa eletrônico do banco sacar dinheiro para pagar a conta dele no restaurante, que havia dado R$ 400. O suspeito pediu a mulher do corretor que o acompanhasse. “Ele disse que era para não parecer que ele estava saindo sem pagar. Eu fui também e como estava receoso pro alguém ter acesso aos meus dados, resolvi tirar o extrato da minha conta. Foi então, que descobri a transferência indevida. A minha senha de acesso à conta é a mesma que uso para desbloquear meu aparelho”, informou a vítima.

O nome do titular da conta que aparecia no extrato da vítima era de Werlon. O corretor conta ainda que neste momento, ele e a esposa começaram a desconfiar do suspeito. “Minha mulher pediu para ver o extrato da conta dele, mas ele se recusou a mostrar e então voltamos para o restaurante”. Segundo a vítima, o verdadeiro nome do suspeito só foi confirmado depois que ele precisou confirmar alguns dados bancários.

“Ele não conseguiu pagar a conta pelo cartão e teve que ligar para a operadora. Assim que confirmou os dados dele para a atendente, é que vimos que se tratava da mesma pessoa que aparecia no meu extrato”, explicou a vítima. A Polícia Militar foi acionada e Werlon levado para a 1ª Delegacia Regional de Vitória e confessou o crime. Ele foi autuado por furto qualificado por fraude, falsificação documental e uso de documento falso, e encaminhado ao presídio.

Investigações continuam

O caso ocorrido na noite de quinta-feira, na Enseada do Suá, em Vitória, vai ser encaminhado para investigação na Delegacia Especializada de Defraudações e Falsificações. Resta saber agora, se o corretor de imóveis de 53 anos, que teve os R$ 2 mil furtados da conta dele, foi vítima de dois golpes distintos em um único dia ou se os dois casos estão ligados.

“Depois disso recebi ligações de diversos amigos meus dizendo que receberam mensagens minhas pelo WhatsApp solicitando dinheiro. Fico preocupado com isso”, ressalta a vítima. O suspeito de cometer o crime, Werlon Júnior Pereira Gomes, 22 anos, contou à polícia que é de Chapadão do Sul (MS) e que está no Estado há um mês, hospedado em um hotel na Praia do Suá, em Vitória.

Após ser preso, em conversa informal, ele afirmou para os investigadores que já aplicou centenas de golpes em mais de 10 estados no país. Entre as vítimas, estariam bancos e financeiras. A soma dos golpes, segundo Werlon, ultrapassa a quantia de R$ 5 milhões.

Gazetaonline