O Sete de Dourados terminou o Campeonato Estadual mais uma vez entre os quatro melhores. Uma constante desde o título estadual em 2016. Apesar da terceira posição e das boas campanhas anteriores, o futuro do clube é cada vez mais incerto. Sem apoio e condições financeiras de estruturar o time, o presidente Tony Montalvão mais uma vez diz que vai abrir mão de disputar a próxima temporada. Uma carta com essa solicitação e assinada por ele foi distribuída em redes sociais e enviada à Federação de Futebol de Mato Grosso do Sul (FFMS).
Segundo Marcos Tavares, vice-presidente da Federação, o pedido de afastamento deve ser oficializado nesta sexta (12) com a publicação no site oficial da entidade. À partir daí, a vaga do clube douradense na primeira divisão fica aberta pra ser disputa entre os participantes da Série B, aumentando assim o número de acessos de dois para três clubes, completando os dez que disputam o Campeonato Estadual a partir do próximo ano.
Apoio zero
A explicação para a decisão é a mesma de outros anos em que o afastamento não se concretizou. O Sete não consegue aglutinar patrocinadores para disputar o campeonato sem passar por dificuldades. Deste vez o dirigente afirma que a decisão é definitiva. Tanto que no início da semana enviou ofício com a desistência de todas competições de base – Sub-15, Sub-17 e Sub-19. Disputar pelo menos uma delas é imperativo para poder estar no profissional do ano seguinte.
Na carta de desistência, o dirigente alega que “o clube vem passando por várias dificuldades financeiras”. “Não adianta ficar dando murro em ponta de faca. Melhor ajustar a casa agora”. Tony, porém, não descarta retorno. “Quem sabe em 2021?”, disse. O pedido de afastamento antes da reunião do Conselho Arbitral da competição, que deve acontecer apenas em meados de outubro, não impede que o clube retorne ao futebol profissional no ano seguinte, mas na Série B.
De acordo com o dirigente, a falta de suporte financeiro não foi o único problema enfrentado pelo Sete nesta temporada. A Funed, órgão da Prefeitura de Douradão responsável pelo Estádio Douradão, não conseguiu os laudos necessários para que os clubes de Dourados pudessem mandar seus jogos no local, obrigando Sete e Operário AC a mandarem suas partidas em Campo Grande e depois em Itaporã. “Não dá mais para ouvir ‘coloca o time que vai ter apoio’. Nem estádio temos mais para jogar”, concluiu.
Futuro
Deixando o Sete inativo, Tony chegou a negociar com o Operário FC já para a Série D do Campeonato Brasileiro e seu nome foi discutido entre diretores operarianos, mas o acordo não evoluiu. O destino agora parece ser fora do futebol sul-mato-grossense. “Vou para Portugal e aproveitar o segundo semestre para fazer alguns cursos”. Na Europa, a TNY Sports tem parceria com o Ginásio Clube Figueirense, clube que conquistou neste ano o título da 1ª Divisão Distrital de Portugal.