Última fase da Operação Phantom da Delegacia Especializada de Repressão a Roubo a Bancos, Assaltos e Sequestros (Garras) da Polícia Civil desmanchou uma organização criminosa especializada em furtar bancos, na manhã de hoje (14), em Campo Grande, Chapadão do Sul e Dourados. As instruções para o roubo eram dadas por um preso, de dentro do Presídio de Segurança Máxima, por meio de vídeos repassados por WhatsApp.
De acordo com o Delegado João Paulo Sartori, um dos responsáveis pela investigação, o grupo é responsável pela maioria dos furtos a instituições financeiras e caixas eletrônicos, que tem como comando máximo Melrison da Silva, que estava preso no Presídio de Segurança Máxima, na Capital. “Ele é o mandante intelectual de mais de 90% das ações de bancos na modalidade forte no estado de Mato Grosso do Sul”, disse Sartori.
Ao todo, a operação cumpriu 25 mandados de prisões desde novembro, sendo 10 nesta quinta-feira. Um dos investigados foi preso com 10 kg de maconha, em Chapadão do Sul e outro já estava preso envolvido em assalto a uma loja de celulares na Avenida Goias. Um foi preso com 300 g de pasta base de cocaína, na Capital.
Ao todo são 39 pessoas presas, entre mandantes intermediários e executores. Algumas delas tem filiação com o Primeiro Comando da Capital (PCC), inclusive Melrison.
O Garras contou com a colaboração do Batalhão de Choque da Polícia Militar, da Delegacia de Polícia de Chapadão, do Ministério Público, por meio dos Grupos de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco).
HISTÓRICO
Em 2015, foram registrados oito ações de furtos em bancos no Estado, feitos por uma mesma quadrilha, que foi presa. Entre os envolvidos está Melrison, que começou a repassar as técnicas para cortar caixas eletrônicos e desativar alarmes.
“O Melrison começou a difundir, em vídeos no WhatsApp, de como cortar caixa e também desativar alarme, por isso tivemos esse salto de 30 ações em 2018”, contou o delegado Fábio Peró, que acompanhou a investigação desde 2015.
Além de MS, o grupo também cometeu crimes em Paraná, São Paulo, Acre e alguns estados do Nordeste.
PHANTOM
O termo que nomeia a operação, em inglês, significa fantasma, em tradução livre, e se refere ao modus operandi da organização criminosa nos furtos. “Eles vestem uma manta térmica, para não serem detectados, e rastejam até a central de alarmes para poder desativar e efetuar os furtos”, revelou Peró.
Melrison, o mentor da organização, e os demais da mandantes intermediários serão encaminhados para o Sistema Penitenciário Federal. “Os líderes serão pleiteados para presídios federais, na tentativa de cessar essas ações em instituições financeiras”, concluiu Sartori.
Correio do Estado – Fábio Oruê