PMs falam sobre o resgate da sul-chapadense e seu filho preso na enchente de Campo Grande
'Medo da nossa morte era bem menor do que de perder a mãe e a criança', diz PM
“O medo da minha morte, dos meus companheiros, era bem menor do que perder aquela mãe e aquela criança”, resume o sargento da Polícia Militar de Mato Grosso do Sul (PM-MS), Ronei Marcos do Carmo, sobre o resgate feito no fim da manhã de terça-feira (26). Ele e colegas fizeram uma corrente humana para salvar vítimas de uma enxurrada, na região Norte de Campo Grande.
A chuva na capital sul-mato-grossense começou por volta das 10h (de MS) e se intensificou cerca de duas horas depois. Diversos pontos da cidade já estavam alagados. Nas avenidas Via Parque e Ernesto Geisel, carros ficaram na enxurrada.
Um deles foi levado pela força da água e parou na Ernesto Geisel com a avenida Euler de Azevedo, bem perto do córrego Segredo. Lá, estavam Eliane Borges Gasparetto, de 45 anos, e o filho, Miguel Borges Oliveira, de 5 anos, que ela tinha acabado de buscar na escola.
“O carro já estava com iminência de ser arrastado para dentro do córrego. Era a última contenção que ele tinha”, conta o também sargento da PM-MS sargento Rodson C. Viana da Cruz, que também participou do salvamento.
Os dois integravam a equipe que foi avisada sobre a situação de carros parados por causa da enxurrada e seguiam para a região em uma viatura da PM. Quando chegavam, viram que havia um veículo branco no meio da via, a ponto de entrar no córrego coberto pela água da chuva. “No primeiro momento, não sabíamos que tinha uma criança dentro”, lembra Rodson.
Confira aqui o vídeo da reportagem da TV Morena
Ajuda
“Se a enxurrada levasse esse veículo teríamos uma tragédia”, fala Ronei, que assim como Rodson, viveu nesses momentos o primeiro salvamento deste tipo como policial militar. “Não é um serviço que a gente costuma fazer, mais a vontade de ajudar, os cursos, as instruções que a gente tem, nos ajuda”.
Rodson alerta que é “melhor ajudar do que ficar só filmando”, no entanto, é preciso cuidados para também não se expor a riscos maiores. “Onde estava o carro [com mãe e filho], quando começou a ser arrastado, dava para fazer alguma coisa”. Conforme os policiais, a situação ficou mais crítica no ponto onde foi feito o salvamento.
Outros carros que estavam na via e não foram arrastados foram segurados por um caminhão que também tinha ficado parado na enxurrada.
Por Nadyenka Castro e Evelyn Souza, G1 MS e TV Morena