O anúncio do Plano Safra 2015/16, que deveria acontecer em 19 de maio, deve ficar para junho. Segundo um auxiliar da presidente Dilma Rousseff, o evento de divulgação deve ocorrer no dia 3 de junho, em cerimônia no Palácio do Planalto. O anúncio do Plano Safra, que ocorrerá depois do lançamento do programa de investimentos em infraestrutura (no dia 13 ou 14 de maio), faz parte de uma ofensiva do Planalto para emplacar uma agenda positiva, resgatar a popularidade da presidente e reverter o desânimo com a economia brasileira. O governo pretende inclusive fazer uma ampla campanha de comunicação para divulgar o Plano Safra nas redes sociais e na imprensa.
A oferta de recursos para o Plano Safra 2015/2016 deve chegar a R$ 176 bilhões, volume R$ 20 bilhões maior que o do período anterior. Desse total, o Ministério da Agricultura trabalha para que cerca de R$ 90 bilhões tenham juros subsidiados. A maior parte desse incremento será por meio de crédito com juros livres.
A dificuldade, porém, tem sido o custo do financiamento, mais alto em função da taxa básica de juros (Selic) superior à da última safra e da menor disponibilidade de recursos – cerca de 64% do crédito rural é bancado pela caderneta e pelos depósitos à vista, fontes que têm apresentado queda de captação em 2015.
Há ainda uma disputa em torno da taxa de juros das operações. O governo, para conseguir fazer o ajuste fiscal, precisa reduzir o total de subsídios. O Ministério da Fazenda tem tentado impor um juro de no mínimo 9% ao ano; a Agricultura trabalha para ficar pelo menos em 8,5%.
Enquanto isso, os juros livres têm girado a níveis recordes. Em março, a taxa média dessas operações estava em 15,79% ao ano, a maior em quatro anos para o mês.
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