Caso a senadora Simone Tebet saia do MDB, o partido em Mato Grosso do Sul perderá o único representante no Congresso Nacional. Ao lutar contra a candidatura do correligionário Renan Calheiros (AL) à presidência do Senado, Simone teve exigida a expulsão partidária. “Não serei eu expulsa, eu é que pedirei para sair”, adiantou-se a sul-mato-grossense.
Segundo ela, o MDB tem renegado os ideais de Ulysses Guimarães (ex-deputado federal), Tancredo Neves (ex-presidente da República), Pedro Simon (ex-senador) e Ramez Tebet (pai de Simone e ex-senador). “Eu não fico num partido que tenha apenas democrático ou democracia no nome, democracia se faz na diferença, não no absoluto”, afirmou.
A crise no partido começou com a decisão da senadora de lançar candidatura própria em oposição a Renan. Ela conquistou cinco votos da bancada, formada por 13 senadores, e foi vencida por sete votos a favor do alagoano – o senador Jarbas Vasconcelos (PE) faltou à reunião que escolheu Renan como o candidato do partido a presidente do Senado.
Levantando a bandeira de renovação política, a senadora decidiu, então, lutar contra possível vitória do correligionário. O trabalho dela em conjunto de outros senadores foi essencial para tirar Renan da disputa. Ao perceber que seria derrotado, o emedebista renunciou à candidatura.
Esta atitude foi comemorada pela maioria dos senadores em plenário. Com o caminho pavimentado por opositores a Renan e pelo ministro-chefe da Casa Civil, Onyx Lorenzoni (DEM-RS), o senador Davi Alcolumbre (DEM-AP) conquistou a presidência do Senado. Ele foi eleito pela maioria, ou seja, 42 dos 81 senadores.
“Se, por ter votado contra Renan Calheiros, ter criado a estrutura para garantir a vitória de Davi Alcolumbre na presidência do Senado significa a expulsão do MDB, não precisam se incomodar, eu serei a primeira a sair”, declarou Simone Tebet.
MDB-MS
Nas eleições de 2018, o MDB do Estado não elegeu senador e deputado federal – a senadora Simone Tebet foi eleita em 2014 e se encontra na metade do mandato, que dura oito anos. Na legislatura anterior, além de Simone, o MDB tinha como representante no Senado Waldemir Moka. Ele concorreu à reeleição, mas foi vencido por Nelsinho Trad (PSD) e Soraya Thronicke (PSL).
Na Câmara dos Deputados, o partido também contava com a atuação de dois parlamentares: Carlos Marun e Geraldo Resende. Marun, no entanto, licenciou-se do cargo no fim de 2017 para assumir como ministro-chefe da Secretaria de Governo do ex-presidente Michel Temer (MDB).
Já Resende preferiu trocar de partido e se filiar ao PSDB do governador Reinaldo Azambuja, em março de 2016. Na época, ele disputou a prefeitura de Dourados, sendo vencido pela atual prefeita, Délia Razuk (PR).
Fonte: Correio do Estado