Mato Grosso do Sul deve bater na safra 2018/2019 o recorde da produção de etanol e atingir a marca dos 3,235 bilhões de litros, o que pode representar um incremento de 22,9% frente aos 2,632 bilhões de litros da temporada 2017/2018. Os dados são do terceiro levantamento de safra, divulgado nesta quinta-feira (20), pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
Se confirmada a projeção da Conab, o estado vai superar a marca histórica atingida no ciclo 2015/2016, quando seu parque sucroenergético processou 2,820 bilhões de litros do biocombustível.
Do etanol processado em Mato Grosso do Sul nesta safra, 68%, o equivalente a 2,200 bilhões de litros são do tipo hidratado – que é vendido diretamente nos postos de combustíveis. Os outros 32%, 1,035 bilhão de litros, são do anidro – que é misturado na proporção de 27% a gasolina.
Para aumentar a fabricação de etanol, as usinas do estado ampliaram a produção de matéria-prima. Houve uma ligeira queda de área colhida, 0,4%, com a extensão caindo de 666 mil hectares para 663,4 mil hectares, que foi compensada pelo incremento na produtividade de 5,1%, de 70,480 toneladas de cana-de-açúcar por hectare para 74,086 toneladas por hectare.
Dessa forma, a produção de cana do estado na temporada deve atingir as 49,144 milhões de toneladas, segundo maior volume da história de Mato Grosso do Sul, sendo superado apenas pelo registrado no ciclo 2016/2017, que foi de 50,292 milhões de toneladas. Frente a safra passada, quando o volume atingiu as 46,940 milhões de toneladas o incremento deve ser de 4,7%.
Dessa matéria-prima, 77,8% foi destinada ao processamento de etanol. Em relação ao ciclo passado o percentual de cana utilizada para a fabricação do biocombustível aumentou 3,5%, o que em quantidade representa 3,384 milhões de toneladas a mais. Frente a safra passada, a produção de etanol hidratado deve aumentar 24,6% e a do anidro 19,5%.
Açúcar
Enquanto a produção de etanol teve um salto no estado, a do açúcar registrou um discreto aumento , 1,1%. O volume subiu de 1,491 milhão de toneladas para 1,507 milhão de toneladas.
Esse incremento ocorreu mesmo com uma redução de 9,8% na quantidade de cana destinada a produção do alimento, de 12,084 milhões de toneladas para 10,904 milhões de toneladas, mas que acabou em parte compensada pelo crescimento do ATR (Açúcar Total Recuperável) – que representa a qualidade da matéria-prima. Esse indicador teve um aumento de 12%, de 129,6 quilos por tonelada para 145,1 quilos por tonelada, conforme a Conab.
Se confirmadas as projeções do levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento, o estado deve encerrar o ciclo como o quarto maior produtor de cana do país, o quinto de açúcar e o quarto de etanol – somando os dois tipos do biocombustível.
Por Anderson Viegas, G1 MS