Testemunhas falam que adolescentes também agrediram menina de 10 anos morta a ‘mochiladas’ em MS

A Polícia Civil já ouviu 18 testemunhas no inquérito que apura a morte de uma menina de 10 anos, agredida “a mochiladas” e puxões de cabelo, por uma colega de 9 anos, em Campo Grande. No entanto, mesmo ela confessando sozinha a agressão, outras pessoas falam que duas adolescentes não somente incitaram, mas, também bateram na criança.

“Nós não descartamos a participação das adolescentes. Em um primeiro momento, elas prestaram depoimento, bem como a menina de 9 anos. Mesmo a criança confessando que agrediu sozinha e as outras falando que nem encostaram na vítima, testemunhas informaram outra versão, ressaltando que as mais velhas também bateram na menina. Elas inclusive serão chamadas para novo interrogatório”, afirmou ao G1 a delegada Ariene Murad, responsável pelas investigações.

Além de pessoas que presenciaram a cena, perto da Escola Estadual Lino Villachá, na região norte de Campo Grande, o diretor da escola, funcionários e parentes da vítima também estiveram na Delegacia Especializada de Atendimento à Infância e Juventude (Deaij).

“Estamos esperando o necroscópico, foi uma requisição especial. Agora, a perícia deve apontar qual o nexo causal da morte. De forma preliminar, o médico ressaltou que a causa da morte foi tromboembolismo pulmonar, ocasionado por uma artrite e, em seguida, a infecção que se agravou para artrite séptica e causou o tromboembolismo”, ressaltou Murad.

Ainda conforme a polícia, foram constatados 125 registros da criança na rede pública de saúde. “Ela teve em média 67 idas ao posto de saúde, realizando consultas e exames laboratoriais. Ao que consta, a menina tinha uma mãe zelosa que a levava ao médico por questões corriqueiras e de rotina de uma criança”, finalizou a delegada.

O caso

Gabrielly Ximenes, de 10 anos, foi agredida na saída da escola no dia 29 de novembro. A discussão teria começado em sala de aula. A criança chegou a citar o nome desta colega para o pai. Após alguns minutos, segundo a polícia, a menina teria chamado outras 2 garotas, de 14 anos, que também bateram na criança. O fato aconteceu a cerca de 100 metros do portão da escola estadual onde as meninas estudam.

Gabrielly foi levada para a Santa Casa pelo Samu, ficou em observação por 1 dia, e foi liberada. No dia 4 de novembro, ela disse para a família que sentia muitas dores, foi levada para unidades de saúde, dia 5 voltou para o hospital, passou por cirurgia e morreu.

No hospital, foi realizado um procedimento no lado direito do quadril da menina, em razão do diagnóstico de uma artrite séptica. “Ela sofreu quatro paradas cardíacas e também foi identificada uma infecção generalizada. Acompanhei a necrópsia e a criança sofreu tromboembolismo pulmonar”, disse na ocasião a delegada.

O caso foi registrado como morte a esclarecer, na Deaij.

Por Graziela Rezende, G1 MS