A Polícia flagrou computadores baixando conteúdo pornográfico infantil, na casa de 2 dos 4 presos em Mato Grosso do Sul, nesta quinta-feira (22). Ao G1 a delegada Marília de Brito, titular da Delegacia Especializada de Proteção à Criança e o Adolescente (Depca), disse que, em ambos os casos, o download dos arquivos passava dos 50%. Além disto, outra “surpresa” encontrada pela investigação, foram as séries de arquivos armazenadas pelos suspeitos, em que compartilhavam na internet.
“Os investigadores inclusive interromperam o arquivo, que passava dos 50% do download. Nestes casos, temos programas que, mesmo não estando completo, conseguimos visualizar o teor. Outra surpresa foi a série de arquivos e o compartilhamento deste conteúdo na internet. É uma abordagem diferente que fazemos após o monitoramente, já que identificamos os períodos de acesso e é de praxe o cumprimentos dos mandados”, afirmou a delegada.
Conforme Brito, 38 policiais do estado cumpriram 6 mandados, em 5 locais. “Houve um denso trabalho anterior, cerca de seis meses. Foi algo bastante significativo que indica os arquivos e o compartilhamento por meio do hardware. Em Campo Grande, um dos presos é um militar do Exército de 20 anos, morador do bairro Tijuca, que alegou que falará somente em juízo. Já o engenheiro civil de Jardim, que foi encontrado quando chegava na capital, confessou o crime”.
Outro preso foi um técnico de laboratório, de 37 anos, que mora na região do Indubrasil. Com ele foram encontrados computadores, celulares e um pen drive, com suspeita de conter material de pornografia infantil. O outro flagrante ocorreu em Iguatemi, a 451 km da capital sul-mato-grossense.
Todo o material, ainda de acordo com a delegada, será encaminhado para perícia. “O flagrante ocorreu não em razão do mandado. Nós temos a amostragem do material que será apresentado ao juiz, porém a perícia deve fazer uma análise pormenorizada dos fatos”, finalizou.
Entenda o caso
A operação Luz da Infância 3, contra a pornografia infantil, está sendo promovida simultaneamente por policiais civis de MS e outros 18 estados, além do Distrito Federal. Mandados de busca e apreensão estão sendo cumpridos também em Buenos Aires, na Argentina, em uma parceria com a Polícia Brasileira, que indicou alvos naquele país.
Na etapa anterior da operação, em maio deste ano, foram presos pelo menos 6 pessoas em Campo Grande e no interior. Todos por suspeita de armazenar e compartilhar material de pornografia infantil. A pena pode chegar a oito anos, além de multa.
Por Graziela Rezende, G1 MS