Em todo o mundo as taxas de natalidade estão caindo devido a vários fatores, os quais variam de país para país, mas que podem ser resumidos em ampliação do uso de métodos anticonceptivos e também do planejamento familiar, principalmente, devido à entrada da mulher no mercado do trabalho e a maior igualdade dos sexos dentro da sociedade moderna.
Um relatório anualmente realizado e divulgado pela UNFPA (Fundo de Populações das Nações Unidas), agência da ONU para questões populacionais chamado “Situação da população mundial” afirma que as taxas de natalidade estão realmente caindo no mundo inteiro e devido a evolução da sociedade moderna. No caso do Brasil, a taxa de natalidade é menor que a de mortalidade, sendo que população brasileira estaria em um déficit.
No caso da Brasil, este fenômeno também está relacionado com as crises econômicas e políticas que o país vem sofrendo desde 2015, o que faz muitos casais adiar o objetivo de ter filhos neste momento, contribuindo para a queda das taxas. E os que têm filhos, em alguns casos, preferem que eles nasçam em outros países para que tenham acesso a mais oportunidades no futuro, e muitos brasileiros de classe média e alta que desejam ter uma família estão buscando outros países para fazer isso. Hoje os brasileiros são os que menos tem filhos dentro da América Latina, com uma média de menos de 2 filhos por família e estão também abaixo da média mundial.
Pelo fato do Brasil ser um país com ainda uma grande desigualdade social, ao mesmo tempo que muitas mulheres brasileiras com mais possibilidades estão estudando mais e colocando um maior foco em suas carreiras profissionais, existe uma grande parcela da população que ainda sofre com a gravidez indesejada. Jaime Nadal, representante do UNFPA no Brasil, afirma que: este relatório mostra que apesar dos avanços dos últimos anos, o acesso a serviços de saúde sexual e reprodutiva ainda está longe de ser o ideal.
Segundo um artigo da revista Exame, a parcela mais rica da população brasileira, ou seja, 20% dos brasileiros, apresentam a menor taxa de fecundidade, com índice médio de 0,77 filho por mulher. Já os 20% dos brasileiros mais pobres aparecem como os que mais têm filhos, são 2,9 por mulher. E uma boa parcela desses índices de filhos na faixa mais pobre da população são de gravidez na adolescência. Isso é ainda uma realidade no Brasil e um grande desafio, já que uma gravidez indesejada pode impactar o futuro de uma menina de 15 anos, por exemplo.
Em resumo, as mulheres brasileiras com mais condições financeiras estão tendo menos filhos ou tendo-os em outro países, mas as mulheres brasileiras mais pobres ainda continuam tendo mais filhos, e na média geral do país esses valores se equilibram, mantendo o país numa trajetória similar à da maioria dos países do mundo, que apresentam um decréscimo em suas taxas de natalidade.
No geral, as taxas de natalidade do Brasil continuam caindo, mas não de forma igualitária dentro da sociedade, o que resulta em diversos problemas sociais, e em outras esferas.