Caso Marielly: Acusado de ocultar corpo de cunhada morta em aborto esfaqueia esposa

Envolvido em um dos casos mais chocantes do Estado, Hugleice da Silva, 35 anos, voltou a ficar na mira da polícia. Ele é o principal suspeito de esfaquear neste domingo (18) a esposa Mayara Barbosa – irmã mais velha de Marielly Rodrigues Barbosa, 19 anos, que morreu em 2011 após um aborto malsucedido em Sidrolândia – a 70 km da Capital. Na época, o suspeito e a cunhada tinham um caso, mas Hugleice negou que o filho que a moça tentou tirar era dele.

Conforme o jornal Agora Mato Grosso, o casal morava no Jardim Santa Maria, em Rondonópolis (MT). Hugleice viu algo que não gostou no celular da vítima e em seguida a esfaqueou. Além disso, o suspeito amarrou Mayara e ainda cortou o pescoço dela. Depois do crime, Hugleice fugiu com o carro do casal, um Palio prata.

A vítima conseguiu se desamarrar e pediu ajuda. Ela foi socorrida pelo Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) para o Hospital Regional do município mato-grossense. O suspeito já havia ligado para familiares da vítima fazendo ameaças, apurou o jornal.

Ao Campo Grande News, a unidade de saúde informou que Mayara está na emergência e recebeu visitas. O estado de saúde dela não foi informado.

Marielly Rodrigues Barbosa (Foto: Acervo Pessoal)Marielly Rodrigues Barbosa (Foto: Acervo Pessoal)

Marielly – Hugleice era casado com a irmã mais velha de Marielly, mesmo assim, os dois mantiveram um relacionamento amoroso. Ele nega ser o pai da criança que a jovem estava esperando, mas confessou tê-la levado á casa do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes para realizar um aborto.

A jovem saiu de casa, no Jardim Petrópolis, no dia 21 de maio – sábado – de 2011 dizendo que iria resolver um problema e não foi mais vista. A família dela, inclusive Hugleice, e amigos, espalharam cartazes pelo bairro, e-mails e foram à OAB/MS e Assembléia Legislativa.

O corpo da jovem foi encontrado no dia 11 de junho em um canavial em Sidrolândia, município distante 71 quilômetros de Campo Grande.

Na versão de Hugleice à Polícia, ele soube do enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes, por um colega de trabalho, entrou em contato e combinou R$ 1 mil pelo pagamento para o aborto.

Enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes (Foto: Arquivo)Enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes (Foto: Arquivo)

No dia combinado com Jodimar – 21 de maio-, Hugleice levou Marielly até a casa dele. Enquanto esperava na calçada, o enfermeiro o avisou que o aborto havia dado errado e que a jovem havia morrido. Os dois então colocaram o corpo na caminhonete de Hugleice e o esconderam em um canavial.

A polícia suspeitou de Hugleice porque quebra de sigilo telefônico constatou que ele foi a última pessoa com quem ela conversou. Além disso, a empregada de Jodimar o viu na residência onde ela trabalhava e, ainda, porque no local onde o cadáver estava havia embalagens de halls, ‘vício’ do rapaz, conforme informado pela dentista dele à polícia.

A família de Marielly mentiu à polícia sobre Hugleice. Todos disseram que o rapaz estava em casa no dia 21 de maio, no fim da tarde, quando a operadora de celular dele indicou que ele estava em Sidrolândia.

Hugleice da Silva e o enfermeiro Jodimar Ximenes Gomes foram indiciados por aborto e ocultação de cadáver. Os dois chegaram a ficar na cadeia, mas conseguiram na Justiça o direito de responder em liberdade.

Guilherme Henri campograndenews