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Zerar imposto de importação não terá impacto no preço da carne em MS

O anúncio do Governo Federal que prevê zerar o imposto de importação de nove tipos de alimentos para conter a inflação no setor, não deve ter efeito algum, pelo menos, no que diz respeito a carne.

De acordo com o presidente da Acrisul (Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul), Guilherme Bumlai, na prática o efeito também será igual a zero.

“Somos exportadores desses produtos que tiveram a alíquota de importação zerada e nossos preços são muito mais competitivos. A carne por exemplo, nosso valor é menor do que o valor de outros países, então importar carne é mais caro do que a produzida pelo Brasil. Se fossem produtos que importássemos com taxa e fosse retirada poderia ter algum reflexo, mas o mercado externo dificilmente consegue concorrer com os preços dos produtos vendidos no mercado interno”, explicou.

A medida, de acordo com a nota enviada à imprensa, busca reduzir os preços para os consumidores sem prejudicar produtores nacionais. Os itens com tributos zerados incluem azeite (antes 9%), milho (7,2%), óleo de girassol (até 9%), sardinha (32%), biscoitos (16,2%), macarrão (14,4%), café (9%), carnes (até 10,8%) e açúcar (até 14%).

A Famasul informou que a medida ainda está sendo avaliada pelo departamento técnico. “Por conta disso, ainda não é possível fazer uma análise real dos impactos dessa medida”, disse em nota.

Zerar imposto de importação não terá impacto no preço da carne em MS
Leslie dentro do supermercado dando entrevista ao Campo Grande News (Foto: Marcos Maluf)

Impacto – A auxiliar de escritório, Leslie da Silvia, de 27 anos, confessa que está desiludida com o anúncio e acredita que não terá melhora na prática.

“Essas notícias são divulgadas de um jeito que nos deixam esperançosos, mas, na prática, precisamos ver se vai funcionar. Na teoria, tudo parece lindo, tudo parece que vai dar certo. Mas quando chega para a gente, é diferente. Eles tiram impostos da exportação, mas, quando o produto chega aqui, colocam outro imposto. De que adianta? Ou então aumentam algum outro imposto daqui. Estou bem desiludida”, desabafou.

Sobre os produtos, ela destaca que como mãe o que mais gasta é com carne. “A carne aumentou muito. O frango, que antes dava para comprar tranquilo para a semana, agora já não é tão simples. Foi um impacto para todo mundo. Até o ovo subiu, que era algo prático para o dia a dia, como fazer um omelete de manhã, também tivemos que reduzir. O café está muito caro. E é complicado para a gente, porque, por exemplo, o salário sobe, mas sobe pouco. Vamos dizer que aumentam 100 reais, mas, ao mesmo tempo, o preço de tudo sobe”, pontuou.

Por outro lado, a professora e dona de casa Sara Salles, de 68 anos, está otimista com a proposta do Governo Federal para diminuir o imposto de alguns alimentos.

“Eu acredito que vai chegar ao consumidor, principalmente na parte de proteínas, ovos, a carne. Vai impactar, vai ajudar a população, com certeza”, disse.

Zerar imposto de importação não terá impacto no preço da carne em MS
Sara com o carrinhos cheio de compras, em supermercado de Campo Grande (Foto: Marcos Maluf)

Sobre a carne, ela diz que pretende buscar alternativas, apesar de dizer que não terá muito impacto no dia a dia. “A população tem alternativas, mas muitos desconhecem. No caso, por que comprar carne de primeira? Procura os dias de ofertas. A carne suína, riquíssima em proteína, a parte mais saudável, a parte do colágeno, do pezinho”, completou.

A equipe de reportagem encontrou Sara fazendo compras Sobre o café, produto que está entre os impostos zerados, ela diz que sentiu o aumento. “Senti um pouco [o aumento], até fiz muita propaganda de uma marca, infelizmente ela foi para quase 30 reais”, pontuou.

Inflação – A Capital sul-mato-grossense tem enfrentado sucessivos recordes no preço da cesta básica, ficando entre as cinco primeiras com o custo mais elevado.

O IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) de Campo Grande registrou acúmulo de 5,06% no ano passado, se falar somente dos alimentos. Campo Grande tem maior inflação do País nos preços de alimentos, com acúmulo de 11,3%.

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