RESPONDA: Em tom comemorativo no início do ano Judiciário, o presidente Luís R. Barroso (STF) exaltou que as ‘instituições funcionam na mais plena normalidade”. Mas pergunta-se: “para quem mesmo? ” O STF quer nos convencer de que o esquema de corrupção entre empreiteiras e governos petistas seria apenas delírio ou alucinação da opinião pública.
A RESPEITO: “ No depender do STF, em particular do ministro Dias Toffoli, falta muito pouco para milhões de brasileiros passem a acreditar que, talvez, no auge da Operação Lava Jato, tenham vivido uma espécie de surto coletivo. Em Setembro de 2023 o ministro Dias Toffoli decidiu liminarmente anular todas as provas que consubstanciaram o acordo de leniência da Odebrecht…( )”. (Editorial/Estadão)
PERGUNTA-SE: O ‘anúncio-confissão’ que a Odebrecht publicou na grande mídia nacional com o título “Desculpe a Odebrelcht errou” seria pura invenção da empresa? A confissão de práticas ilegais seria passível de anulação por parte do ministro Tóffoli? E como ficaria o dinheiro do acordo de leniência já pago pela Odebrelcht? O país é ótimo! A justiça, pra lá de Bagdá!
MARY ZAIDAN: “ Boa parte do que se sabe saiu da confissão de Marcelo Odebrecht, filho de Emílio, que detalhou as peripécias da empresa no Brasil e nas outras paragens. Especificou as obras, os montantes milionários, os governos e operadores. Mas por aqui Tóffoli, monocraticamente, achou por bem anular essas provas, tendo como base o vazamento de mensagens do Telegran entre o ex-juiz Moro e promotores…”
REJEIÇÃO: Para os especialistas, a rejeição seria um fator até mais importante do que a intenção de voto. A cientista política Deysi Cioccar lembra por exemplo: “ que quando você diz que não gosta de um candidato, é porque tem o mínimo conhecimento sobre ele. ” A tese dominante é que a reversão na campanha é difícil.
DE ÔLHO! O componente rejeição é destaque em todas as pesquisas realizadas para a prefeitura da capital. Nelas o ex-prefeito Puccinelli (MDB) goza de situação surreal: líder na ‘estimulada e espontânea’ ele tem contra si a condição desfavorável de ser o mais rejeitado, embora quase 50% dos consultados optaram por não se manifestarem.
BASTIDORES: Observadores no saguão da Assembleia Legislativa dissecaram essa pauta nesta semana. Uns ressaltam que o desgaste de Puccinelli é bem maior do que seu prestígio; outros – de que ele – consciente das limitações – estaria apenas usando a candidatura como moeda de troca e negociar cargos junto ao poder.
ALERTA: Deputado Jr. Mochi foi preciso ao prever o cenário futuro da economia do MS devido a queda de produção da soja, de sua cotação e dos preços da carne bovina em baixa. Por alto, seriam 5 bilhões de reais a menos no giro de riquezas e que impacta em todos os setores sociais. Mochi (MDB) mostra; ‘o agro não é um mar de rosas’.
RESOLVE? Foi a pergunta que ouvi nos corredores da Assembleia sobre os efeitos eleitorais (pró Beto) da visita do presidente nacional do PSDB Marconi Pirillo. A melhora do desempenho do candidato Beto Pereira depende sim de outros fatores. O objetivo da visita foi de passar a imagem de união/força da sigla nestas eleições. Mas o ‘estigma Giroto’ ronda.
RAFAEL TAVARES: O episódio que culminou com a perda de seu mandato mostra a necessidade dos partidos contarem com boa assessoria técnica nas eleições, evitando as falhas ocorridas neste caso. Brioso, de posições claras, ele já anunciou que ‘fará tudo de novo e com mais força na próxima vez’ e será candidato a vereador na capital.
LACUNA: Rafael, mesmo ainda sem o traquejo de veterano, fazia bem o chamado contraponto – principalmente aos pronunciamentos ideológicos do deputado Pedro Kemp (PT). Também era um questionador contumaz da administração estadual. Antes da decisão não escondia aos repórteres que seria vítima de um complô do jogo político.
CUIDADO! Ano de eleições é tentador para prefeitos gastarem. O Tribunal de Contas monitora por conta de um dado preocupante: lá no 5º biênio de 2023, só 7 municípios (Jateí, Ladário, Inocência, Paraíso das Águas, Santa Rita do Pardo e Ribas do Rio Pardo não ultrapassaram o limite percentual de 85% com gastos entre despesa e receita.
É PENA! O jeitinho brasileiro acabou desgastando a LRF que ditou critérios para o equilíbrio das contas da União, estados e municípios. Resumindo: o governante não pode criar nova despesa continuada sem indicar sua fonte de receita ou sem reduzir outras despesas já existentes. Mas como sempre, aqui ‘na pratica a teoria é outra’.
VALE TUDO: Famosos os casos de prefeitos derrotados em final de mandato gastando para levar vantagem e prejudicar o sucessor (adversário). Num deles o prefeito comprou estoque de café moído capaz de abastecer as escolas e repartições por um ano. Outro, comprou remédios caros com data de validade próxima. A LRF nem sempre consegue evitar abusos que resultam em multas e inelegibilidade inclusive.
DE LEVE: Nada de incitar ou alimentar polêmicas ideológicas. Por conta disso notei uma postura de relativa discrição do deputado Pedro Caravina (PSDB) nestas primeiras sessões em que participou. Agradável nas relações com o público e colegas de parlamento, é detentor de currículo com bons predicados para um mandato operoso.
A VEZ DELA? “Quem conhece o caminho não pega atalhos, porque sabe dos riscos de se perder”. Essa frase em destaque no facebook da ex-deputada Rose Modesto ( União Brasil) seria um indicativo de sua provável decisão de disputar a prefeitura. As amarrações partidárias em marcha. As pesquisas animam a superintendente da Sudeco.
A INTRUSA? O apoio de Lula ainda insuficiente para sacramentar a candidatura da deputada Camila Jara (PT) a prefeitura da capital. Vários fatores inviabilizam seu nome e nesta esteira de conflitos o dedo do deputado Zeca do PT pode ser decisivo ao apoio de Rose Modesto, que nas pesquisas rompe barreiras no eleitorado conservador e machista.
BIFURCAÇÃO: Zeca do PT e o deputado Vander Loubet (PT) caminham na paralela, mas cada qual com seus interesses e razões. O primeiro prefere o apoio a candidatura de Rose – enquanto Vander, de olho no senado, fala em oxigenar o partido apoiando Camila Jara para se fortalecer aqui na capital visando as eleições de 2026.
BOLSONARO: Até onde influenciará nas eleições aqui no MS? Pelos acontecimentos veiculados na mídia, o ex-presidente está acuado e seu peso político passará a ser cada vez mais discutível. Não é preciso ser especialista para concluir que sua situação não é nada confortável juridicamente inclusive. Isso pode pesar tanto nas eleições na capital como em Dourados.
SOLUCIONA? O TSE baixará resolução obrigando os candidatos nestas eleições a apresentarem a declaração de renda idêntica à da Receita Federal. Medida inócua – pra inglês ver. É que os políticos espertos usam os chamados ‘laranjas’ ou ‘testas de ferro’ para esconderem os bens que surrupiaram no poder. Enfim, não mudará nada.