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Variação de Preços da Cesta Básica em Chapadão do Sul: Impactos no Orçamento do Consumidor em outubro.

Estudo realizado por alunos do 8º semestre de Administração da UFMS em outubro de 2024 revela oscilação de produtos, influenciando o poder de compra da população.

Os alunos do 8º período de Administração do Campus de Chapadão do Sul realizaram um projeto de extensão para analisar a variação dos preços da cesta básica no município. Sob a coordenação da professora Michele Aparecida Nepomuceno Pinto, doutora em Economia, o grupo investigou e registrou o custo da cesta básica em outubro de 2024 na cidade de Chapadão do Sul-MS.

A pesquisa se baseia na Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos, realizada pelo DIEESE (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) nas capitais brasileiras. Conforme o Decreto Lei nº 399, de 30 de abril de 1938, que ainda está em vigor e regulamenta o salário mínimo no país, a cesta básica deve ser composta por 13 produtos alimentícios em quantidades adequadas para garantir, ao longo de um mês, o sustento e o bem-estar de um trabalhador adulto. Os itens incluem carne, leite, feijão, arroz, farinha, batata, legumes, pão francês, café em pó, frutas, açúcar, banha/óleo e manteiga, além de alguns outros produtos selecionados.

CUSTO DA CESTA BÁSICA EM OUTUBRO DE 2024

 

A cesta básica do DIEESE, que representa um conjunto de alimentos essenciais para a sobrevivência de uma família, apresentou variações significativas em seu custo nos últimos meses em Chapadão do Sul. Uma pesquisa realizada por acadêmicos da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS) revelou que, em outubro de 2024, o valor médio da cesta básica no município foi de R$ 736,76, um aumento em relação ao mesmo período do ano anterior, quando o valor era de R$ 671,25.

Entretanto, uma análise mais detalhada dos dados mostra que as flutuações nos preços dos produtos individuais foram bastante distintas, com alguns alimentos sofrendo aumentos consideráveis e outros apresentando reduções significativas.

Os resultados indicam que, enquanto alimentos como arroz, café e feijão preto registraram elevações acentuadas, itens como tomate, açúcar e farinha de trigo mostraram quedas expressivas. A seguir, apresentamos uma análise detalhada dos percentuais observados.

.
. Fonte: Elaborado pelos participantes do projeto

Figura 1. Variação de preços comparativo entre out/2023 e out/2024 

Tabela 1: Custo total da Cesta Básica

 

PRODUTO PREÇO CESTA BÁSICA

CHAPADÃO DO SUL

OUTUBRO DE 2023

PREÇO CESTA BÁSICA CHAPADÃO DO SUL OUTUBRODE 2024  

VARIAÇÕES %

Açúcar R$ 16,71 R$ 13,13 -21,44%
Arroz R$ 17,11 R$ 20,72 21,10%
Banana Nanica R$ 30,20 R$ 42,57 40,97%
Banana Prata R$ 53,01 R$ 46,06 -13,12%
Batata R$ 25,11 R$ 37,55 49,53%
Café R$ 18,34 R$ 23,58 28,59%
Coxão Duro R$ 65,47 R$ 77,51 18,39%
Coxão Mole R$ 75,85 R$ 87,96 15,96%
Farinha de Trigo R$ 7,01 R$ 6,27 -10,58%
Feijão Preto R$ 39,88 R$ 45,35 13,72%
Leite Integral R$ 43,49 R$ 49,89 14,72%
Manteiga R$ 37,54 R$ 38,37 2,22%
Óleo R$ 6,51 R$ 7,53 15,69%
Pão Francês R$ 90,43 R$ 99,21 9,71%
Patinho R$ 80,81 R$ 93,95 16,26%
Tomate R$ 63,79 R$ 47,12 -26,14%
R$ 671,25 R$ 736,76 9,75%

Fonte: Elaborado pelos participantes do projeto.

 

Cesta Básica X Salário Mínimo em Chapadão do Sul/MS

Ao comparar o custo da cesta básica no município de Chapadão do Sul/MS com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à contribuição à Previdência Social, observa-se que, em outubro de 2024, o trabalhador que recebe o piso nacional comprometeu, em média, 56,41% de seu rendimento líquido para adquirir os produtos alimentícios básicos e 46,98% para a compra de itens adicionais. Quando comparado com o ano anterior, houve um aumento de 2,62% no valor da cesta básica medida pela DIEESE e de 6,89% no custo dos itens adicionais.

Em termos de tempo de trabalho necessário para adquirir os produtos da cesta básica, em outubro de 2024, uma pessoa que recebe um salário mínimo precisaria de 114,79 horas de trabalho. No caso da cesta de itens adicionais, ao comparar outubro de 2023 com outubro de 2024, o tempo de trabalho aumentou. Em 2023, eram necessárias 89,46 horas para adquirir a cesta adicional, que custava R$ 536,75. Já em 2024, esse mesmo valor de cesta aumentou para R$ 613,64, o que eleva a carga horária para 95,61 horas de trabalho.

Esse aumento reflete a pressão sobre o poder de compra do trabalhador, que precisa de mais tempo e parte maior de sua renda para suprir as necessidades básicas e adicionais.

Além disso, com base nos valores supracitados, é possível determinar que o salário-mínimo necessário para sobrevivência consumindo os itens da Cesta Básica do DIEESE, seria de R$ 6.189,57 em Chapadão do Sul/MS.

Após os resultados apresentados com a pesquisa do valor da Cesta Básica em Chapadão do Sul, foi feito um comparativo com a análise do valor de 17 capitais espalhadas pelo país através do DIESEE, segue tabela abaixo, onde mostra a cidade em 6º no ranking:

Fonte: Chapadão do Sul: os autores, demais capitais: Dieese 2024.

Com base no relatório de agosto do DIESEE, a cesta mais cara no mês foi a de São Paulo com o valor de R$ 805,84, ou seja, Chapadão do Sul no índice das pesquisas das capitais, ficaria em 6° lugar, abaixo da capital do estado Campo Grande, no qual apresentou cesta no valor de R$ 736,76.

As oscilações nos preços da cesta básica têm um impacto direto no bolso do consumidor, principalmente daqueles com renda mais baixa. De acordo com a pesquisa, um trabalhador que recebe o salário mínimo precisaria dedicar cerca de 56,41% de seu rendimento líquido para adquirir os produtos da cesta básica.

“A variação nos preços dos alimentos impacta diretamente o orçamento familiar”, afirma a professora Michele. “Famílias com renda mais baixa são as mais afetadas, pois precisam destinar uma parcela maior de seus recursos para a alimentação, comprometendo o consumo de outros itens essenciais.”

Figura 2. Percentual do salário mínimo para aquisição da cesta. 

Os pesquisadores identificam diversos fatores que podem causar variações nos preços da cesta básica, entre eles:

  • Sazonalidade da Produção Agrícola: As variações climáticas e sazonais afetam diretamente a oferta de produtos, influenciando os preços dos alimentos.
  • Custos de Produção: A elevação nos custos de produção, como o aumento dos preços de fertilizantes, combustíveis e energia, pode ser repassada para o consumidor final.
  • Política Econômica: A adoção de políticas governamentais, como incentivos à produção ou controle de preços, também tem um impacto significativo sobre os valores da cesta básica.

É importante ressaltar que o monitoramento contínuo das variações nos preços da cesta básica é essencial, pois essas flutuações afetam diretamente o cotidiano da população. As informações obtidas a partir dessa análise podem servir como subsídio para a formulação de políticas públicas que busquem assegurar o acesso da população a alimentos saudáveis e com preços acessíveis.

As oscilações nos preços da cesta básica em Chapadão do Sul evidenciam a necessidade de um acompanhamento constante das questões relacionadas à alimentação e à segurança alimentar. Nesse sentido, é fundamental que o poder público e a sociedade civil atuem de maneira integrada para garantir que todos tenham acesso a uma alimentação adequada, nutritiva e acessível.

Por: Profª. Michele Nepomuceno e turma do 8º período – Projeto de Extensão IV: Comunicações para a sociedade, curso de Administração, UFMS

 

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