Nesta quarta-feira (4), a Santa Casa de Campo Grande emitiu um comunicado, confirmando a situação de superlotação. Segundo o hospital, isso ocorre porque pacientes com casos complexos estão dando entrada.
“O fato da superlotação deve-se ao aumento da complexidade e do volume de casos que tem chegado à instituição, que tem como causa raiz situações multifatoriais, como restrição de atendimento em outros locais, sazonalidade das doenças que acometem neste período de inverno e seca, e mudanças de alguns fluxos de atendimento, exemplo da retirada da Unidade do Posto de Regulação da Secretaria Municipal de Saúde (Sesau), cujo funcionamento retornou no dia 03/09”, diz trecho da nota.
Assim, esses meses de paralisação teriam apresentado um impacto direto na Santa Casa, com aumento do volume de procuras espontâneas. Conforme o diretor técnico William Leite Lemos, isso teria causado a sobrecarga às equipes.
“Internamente, sabendo de todo esse impacto, foram feitas diversas tratativas para aumentar o giro de leitos, as saídas dos pacientes, especialmente, pela complexidade dos casos, visto que os casos que iriam para outras instituições estão vindo para a Santa Casa”, diz ainda o comunicado.
Por isso, a média de permanência dos pacientes aumentou, sobrecarregando o pronto-socorro e os servidores da enfermagem.
“A instituição recebeu as reivindicações do Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul durante Assembleia Geral realizada na tarde de terça-feira (03/09), e está analisando detalhadamente o caso”, finaliza.
Profissionais sobrecarregados
Mais de 300 profissionais da enfermagem da Santa Casa de Campo Grande estão afastados de suas atividades devido a atestados médicos. De acordo com o Siems (Sindicato dos Trabalhadores na Área de Enfermagem do Mato Grosso do Sul), o motivo é a sobrecarga de trabalho no hospital.
Presidente do Siems, o enfermeiro Lázaro Santana, afirmou que são mais de 300 profissionais afastados devido à sobrecarga de trabalho na Santa Casa. E a jornada exaustiva é resultado da superlotação do maior hospital de Mato Grosso do Sul.
Diante da situação, a categoria realizou uma assembleia na terça-feira (3) para debater as condições de trabalho. Ele cobra maior respaldo do poder público em relação aos profissionais, que atendem demanda de todo o Estado.
“Alguns pacientes aguardam o dia todo por uma vaga, sentados em cadeiras ou em macas. Quando são levados para o setor, muitas vezes acabam no corredor. A situação é lamentável. Além disso, nossa equipe de enfermagem está trabalhando com um número reduzido de profissionais, e com excesso de horas extras. O cansaço físico e mental é intenso, e muitos não estão aguentando mais essa sobrecarga devido à superlotação”, afirmou Santana.