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David Cloky Hoffamam Chita foragido agora é réu

Foragido e apontado como líder de esquema de fraudes, o despachante David Cloky Hoffamam Chita, 40 anos, se tornou réu por inserção de dados falsos no sistema do Detran/MS (Departamento Estadual de Trânsito). A denúncia foi aceita pela juíza da 4ª Vara Criminal de Campo Grande, May Melke Amaral Penteado Siravegna. A decisão é de 6 de junho.

Além de David, o MPMS (Ministério Público de Mato Grosso do Sul) denunciou os servidores públicos, Genis Garcia Barbosa, Eufrásio Ojeda e Abner Aguiar Fabre. A investigação começou a partir de regularização de um caminhão. O proprietário buscava a exclusão de gravame e troca do motor do veículo. Para o procedimento, contratou o despachante.

“Ocorre que, diante da inexistência da documentação necessária para a regularização pretendida e ciente das manobras ilegais realizadas pelos servidores públicos, dirigiram-se ao Município de Miranda-MS, onde foram inseridas alterações ilegais no sistema”, aponta o promotor Adriano Lobo Viana de Resende.

No cadastro, foram alterados dados sobre carroceria, eixo, PBT (Peso Bruto Total), CMT (Capacidade Máxima de Tração) e carga. Tudo sem que o veículo tenha sido submetido a regular processo para alteração das características. As fraudes aconteceram nas agências do Detran em Miranda e Campo Grande. Na Capital, foi alterada a cor do veículo, cancelado o CRV (Certificado de Registro do Veículo) e expedido um novo documento. As fraudes foram de julho de 2019 a setembro de 2020. O pagamento foi de R$ 1 mil.

Os quatro também foram denunciados pela promotoria de Rio Negro por integrar associação criminosa para inserção de dados falsos em sistema de informações do Detran-MS entre os anos de 2021 a 2023. A ação tramita em sigilo. O esquema criminoso foi alvo da operação Miríade, em 29 de junho do ano passado.

Foragido – Em 28 de maio, a 3ª Vara Criminal de Campo Grande decretou a prisão de David Cloky Hoffamam Chita em outra investigação sobre irregularidades no Detran. A apuração foi liderada pelo Dracco (Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado).

O inquérito policial descreve que foi revelada a existência de organização criminosa para fraudes e obtenção de lucro a partir das atividades criminosas. “Cujo investigado David Cloky Hoffamann Chita seria o líder, provedor e coordenador das operações, captando proprietários de veículos e cobrando valores indevidos destes, para baixas de restrições”.

Conforme a investigação, o grupo teria conseguido liberar a documentação de pelo menos 29 veículos com restrições, lucrando cerca de R$ 290 mil. No entanto, a polícia identificou que a fraude envolveu mais de 200 veículos, principalmente caminhões com quatro eixos, antes da regulamentação sobre esses veículos.

Durante o cumprimento do mandado de prisã, os policiais não encontraram David e foram informados pelo enteado que ele teria viajado há cerca de dois meses com a esposa para São Paulo.

A reportagem entrou em contato com a defesa de David Chita e aguarda retorno. O Campo Grande News não conseguiu localizar a defesa dos demais citados.

Sobre as operações, o Detran já havia se manifestado por meio de nota à imprensa. “Assim que surgiram os primeiros indícios de irregularidade, constatada a prática criminosa, todo o material coletado foi encaminhado à polícia, que abriu inquérito policial”.

A direção reafirmou que não compactua com nenhum tipo de irregularidade praticada por servidores do órgão ou agente externo e que os envolvidos devem ser punidos com o rigor da lei. –

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