A fumaça causada pelos incêndios florestais que devastam o Pantanal na região de Corumbá, a 420 km de Campo Grande, além de emitir gases que poluem o ar e afetar a saúde da população, tem causado transtornos aos motoristas que trafegam na BR-262, que liga a capital sul-mato-grossense à cidade pantaneira.
Cuidados necessários
Neste momento, a PRF (Polícia Rodoviária Federal) orienta que condutores evitem transitar no local, principalmente no período noturno. Isso porque a visibilidade da estrada fica bastante prejudicada pela fumaça densa. “Além disso, há risco de os veículos serem atingidos por labaredas de fogo”, pontua a PRF.
Já o Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes), orienta que condutores que se depararem com fumaça adentrando a rodovia, só atravessem o local se houver visibilidade à frente, acionando o farol de neblina ou o farol baixo, ligando o sistema de ventilação interna do veículo e reduzindo a velocidade.
“Caso não haja visibilidade, devem procurar um local seguro no acostamento ou fora da via para estacionar o veículo, acionar a PRF, através do telefone 191 e aguardar condições seguras para prosseguir”, alerta o departamento.
Imagem de drone registrada pelo fotojornalista do Midiamax, Henrique Arakaki, mostra exatamente isso: na margem de rodovia, labaredas ameaçam veículos no Pantanal. Ainda segundo o Dnit, a vegetação nas áreas próximas às rodovias estão sendo mantidas roçadas para que as chamas não atinjam a pista de rolamento.
A PRF afirma que equipes da polícia rodoviária e do Corpo de Bombeiros estão no local e acompanham a situação.
“A PRF percorre e acompanha os trechos onde estão ocorrendo os incêndios, sinaliza o trânsito, efetua interdições na via quando necessário, realizando atendimento dos motoristas, entre outras ações”, detalha a polícia. No momento, nenhum trecho da rodovia encontra-se bloqueado.
Motoristas que precisarem utilizar a via podem contatar a PRF no número 191 em caso de emergência.
Vento pode “carregar” fumaça
Segundo o meteorologista do Cemtec (Centro de Monitoramento do Tempo e do Clima), Vinicius Sperling, devido aos ventos, a propagação da pluma de fumaça pode, sim, gerar dias cinzas a centenas de quilômetros distantes do Pantanal, até mesmo em Campo Grande.
A situação já aconteceu. No ano passado, a capital de Mato Grosso do Sul registrou dias encobertos pela nuvem de fumaça cinza. “Depende da velocidade e intensidade desses ventos de noroeste, mas é possível sim”, esclareceu o meteorologista ao Midiamax.
A fumaça das queimadas no Pantanal também podem ter relação com a lua vermelha e o sol alaranjado avistados no céu de Campo Grande e de outras cidades de MS nesta segunda (24) e terça-feira (25).
Imagens de satélite indicam a evolução da fumaça que parte de Corumbá, o que pode ter influência com a lua vermelha e o sol laranja intenso. O meteorologista do Cemtec explica que houve virada de vento de direção nordeste, norte, oeste, sudoeste por influência da frente fria.