A enfermeira Naiara Maia, responsável pela imunização em Cassilândia, emitiu um alerta grave sobre a situação da gripe H1N1 no estado de Mato Grosso do Sul. Ela descreveu a situação como “caótica” e “preocupante”. Em uma reunião emergencial com o estado, foi divulgado um total de 13 mortes por H1N1 em uma semana no estado. O total já atingia 27 óbitos, e a previsão era que esses números tripliquem nos próximos dias devido ao feriado e à frente fria. Nenhuma das 13 vítimas fatais da última semana havia tomado a vacina H1N1.
Desde a pandemia de 2009, a vacina para H1N1 (a “gripe suína”) levou a uma diminuição drástica nos óbitos. No entanto, nos últimos 3 anos, houve uma “queda brusca” na adesão à vacinação, reflexo, segundo Naiara, de fake news e teorias da conspiração.
Um dos pontos mais críticos destacados é a falta de leitos de UTI pediátrica no estado pelo SUS, com zero vagas disponíveis. O estado está tentando comprar leitos na rede privada, mas também estão cheios, o que significa que não há vaga disponível para crianças que evoluem e necessitam de UTI, independente de ter plano de saúde ou dinheiro.
Naiara enfatizou que essa situação é evitável com a vacina, que é inativada, segura e estudada há mais de 10 anos. Ela ressaltou a necessidade de parar com a ignorância e buscar informações em fontes verídicas, não em redes sociais ou “médicos fake news”. As mortes estão evoluindo muito rápido, e os hospitais estão cheios com sintomas respiratórios.
Os sintomas da H1N1 são semelhantes aos de uma gripe comum (secreção nasal, febre, dor de cabeça). Em crianças e idosos, que são grupos de maior risco para internação e óbito, é preciso estar alerta a sinais como esforço respiratório e batimentos das asas nasais em crianças. Os grupos de alto risco também incluem gestantes e puérperas, para os quais a vacina já é rotina anual.
A vacina é produzida anualmente para uma nova cepa devido à mutação do vírus da gripe, sendo necessário tomar a vacina todo ano. O público alvo que pode tomar a vacina no momento inclui:
• Crianças de 6 meses a menores de 6 anos (5 anos completos).
• Gestantes e puérperas (aquelas que acabaram de parir).
• Idosos a partir de 60 anos.
• Trabalhadores de saúde (inclusive do SUS).
• Profissionais das forças de segurança e salvamento (bombeiros, policiais).
• Professores (rede pública e privada).
• Cuidadores.
• Caminhoneiros.
• Trabalhadores de transporte coletivo.
• Funcionários dos Correios.
• Pessoas com doenças crônicas e deficiências permanentes (neurológicas, asma, diabetes, cardíacos, renais, hipertensão com outra patologia).
Em Cassilândia, a situação estava controlada até o momento, sem casos confirmados via Lacém, embora haja casos em municípios vizinhos como Paranaíba. A vacinação está disponível nas unidades de saúde de segunda a sexta, manhã e tarde. A partir da próxima semana, a unidade central (Maristela Bereta) terá horário estendido até as 22h, de segunda a quarta-feira, para facilitar o acesso de quem trabalha. Não há desabastecimento de vacinas. É importante levar o cartão de vacina. Naiara pediu para que a população vacine seus filhos e pais, pois a situação em outras cidades e estados é de “cenário de guerra” nas UTIs.