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Por que recebemos ligações mudas que desligam sozinhas – e como evitá-las

 Seu telefone toca, você atende, mas ninguém fala e a ligação cai. Essa situação, que pode ser bem incômoda, é mais comum do que parece. Mas você já parou para pensar por que isso acontece tanto?

Esse tipo de chamada é conhecido como “robocall” (“chamada de robô”, em tradução livre). São ligações automatizadas realizadas em grande quantidade, segundo a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel).

Empresas de telesserviços costumam utilizar números aleatórios para aumentar as chances de atendimento.

➡️ O especialista em telecomunicações da empresa Omdia, Ari Lopes, explica que nem todas as empresas adotam essa prática, mas as que realizam ligações automáticas fazem isso por dois motivos principais:

  1. ⏱️Minimizar o tempo ocioso de atendentes de call centers. Por esse motivo, o discador da empresa realiza várias ligações ao mesmo tempo e, quando uma pessoa atende, as demais são descartadas.
  2. ✅ Verificar quais telefones ainda estão ativos. Algumas empresas testam números para identificar quais são válidos e quais consumidores estão dispostos a atender, aprimorando sua lista de contatos.

A Anatel esclarece que o disparo massivo de mensagens de texto e ligações não é, por si só, uma prática abusiva, pois pode ser usado de forma legítima, como no envio de alertas de emergência.

No entanto, o órgão enfatiza que o contato excessivo por telemarketing pode ser considerado “prática abusiva quando o volume de ligações realizadas pela empresa excede, em muito, sua capacidade humana de discagem”.

Além disso, a agência reforça que, a partir de 2024, as ligações encerradas antes de 6 segundos passaram a ser consideradas abusivas. Antes dessa atualização, eles consideravam apenas 3 segundos.

“Além de causar grande incômodo, as chamadas massivas sobrecarregam as redes de telecomunicações. Levantamentos demonstraram que as ligações de robôs com duração de até três segundos chegaram a mais de 90% das chamadas nas redes de algumas prestadoras”, afirma a Anatel.

📞 Como evitar essas ligações

A maneira mais eficaz de minimizar esse tipo de contato é se cadastrar na plataforma “Não Me Perturbe”, da Anatel. O serviço é gratuito e permite bloquear chamadas de empresas específicas.

Segundo a agência, o prazo para efetivação do bloqueio é de até 30 dias a partir da data da solicitação. Veja abaixo como fazer:

  1. Acesse naomeperturbe.com.br e crie uma conta;
  2. Em seguida, toque em “Novo bloqueio” e, no topo do site, coloque o número do seu telefone com DDD;
  3. Selecione as empresas de telecomunicações e financeiras das quais deseja bloquear chamadas (ou marque todas de uma vez);
  4. Toque em “Enviar”. Antes de concluir, um SMS será enviado para validar sua solicitação;
  5. Após a confirmação, o site emitirá um “Comprovante de Solicitações de Bloqueio”, que pode ser salvo ou impresso. O documento também será enviado para o e-mail cadastrado.

A Anatel também indica a plataforma “Qual Empresa Me Ligou”, onde é possível identificar a empresa que realizou uma ligação indesejada para você. Veja como fazer:

  1. Acesse qualempresameligou.com.br (não é preciso cadastro);
  2. Digite o número que ligou (com DDD), marque a caixa “Sou humano” e clique em “Consultar”;
  3. Em seguida, o site exibirá o nome da empresa e o CNPJ dela.

‘Não Me Perturbe’ não funciona?

Algumas pessoas relatam que o “Não Me Perturbe” nem sempre funciona. Segundo Luciano Saboia, diretor de telecomunicações do consultoria IDC, isso ocorre porque algumas empresas conseguem burlar os filtros da Anatel, principalmente ao gerar chamadas de voz sobre IP a partir do exterior.

“O ‘Não Me Perturbe’ é eficaz para as operadoras tradicionais de telecomunicações no Brasil e para call centers sérios e de grande porte no país, mas há caminhos alternativos que vem de fora e acabam pulando esses filtros”, explica Saboia.

Thiago Ayub, diretor de tecnologia da Sage Networks, confirma que empresas de vendas, marketing e até golpistas ignoram o cadastro do usuário no “Não Me Perturbe”. “Eles conseguem driblar eventuais sanções ao desrespeitar esse cadastro, falsificando o número que aparece no identificador de chamadas”, diz.

Procurada pelo g1, a Anatel mencionou um Despacho Decisório de 2024, no qual foi implementado um sistema para que as prestadoras de telefonia informem a origem das chamadas indesejadas.

Segundo o órgão, as prestadoras de telefonia móvel e fixa enviam, por meio de uma atualização do Sistema Coleta de Dados da Anatel, relatórios sobre o tráfego recebido, incluindo chamadas com indícios de alteração do número telefônico, técnica que é conhecia como “spoofing”.

“A partir de agora, os relatórios devem ser enviados por meio da nova ferramenta. Essa coleta de dados permitirá à Anatel identificar irregularidades e agir com maior agilidade para proteger o consumidor”, afirmou.

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