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Rapper de MS foi jogada viva no rio Cuiabá após gestos “proibidos”

Investigação aponta que a rapper Laysa Moraes Ferreira, 30 anos, conhecida como “La Brysa”, natural de Mato Grosso do Sul, foi jogada viva no Rio Cuiabá, em Mato Grosso, onde foi encontrada na tarde dessa quinta-feira (9). A polícia afirma que há indícios de que um gesto em foto postada no Instagram pela rapper possa ter sido confundido com o de facção criminosa rival. Crimes com essa motivação têm aumentado nos últimos meses.

Ao site Campo Grande News, o delegado Bruno Abreu comentou que a jovem estava desaparecida há seis dias, inicialmente em investigação conduzida pelo Núcleo de Desaparecidos de Mato Grosso. O corpo foi encontrado nessa quinta-feira e não tinha sinais de violência. “Ela foi enrolada em um tapete, amarrada a uma lata com concreto e jogada viva no rio”, afirmou.

A primeira linha de investigação é de crime cometido por facção criminosa. Em fotos postadas na rede social Instagram, a rapper faz gestos com as mãos, que podem ter sido interpretados pelo Comando Vermelho – que tem força no estado vizinho – como sendo da facção rival, o PCC (Primeiro Comando da Capital). Segundo o delegado, o gesto seria o número 3 com os dedos.

Contudo, nas redes sociais, a jovem usa as mãos para vários gestos, inclusive durante suas apresentações. Até o momento, a polícia não encontrou indícios de que a rapper tenha envolvimento com crimes. “Trabalhava, não tinha passagens”, pontuou Bruno. O delegado afirmou que não descarta outras linhas de investigação.

Natural de Três Lagoas, Laysa residiu em Campo Grande, onde construiu uma carreira de 12 anos na música e na poesia. Reconhecida como uma das principais vozes do freestyle no Centro-Oeste, a artista conquistou diversos títulos em batalhas de rap, incluindo o campeonato “Vai Ser Rimando”, promovido pelo também rapper Emicida. Atualmente, era uma das principais figuras das batalhas de rima de Mato Grosso.

Recorrente – Bruno Abreu também afirma que o número de mortes com essa motivação tem aumentado nos últimos anos no estado. “Pessoas inocentes, que não tem nada a ver com o crime, às vezes fazem gestos que são atribuídos às facções. Eles sequestram, fazem tribunal do crime e matam”, lamentou o delegado.

Em setembro do ano passado, em Porto Esperidião (MT), cidade próxima à fronteira com a Bolívia, a então candidata a vereadora Rayane Alves Porto, 25 anos, e a irmã dela, Rithiele Alves Porto, 28, foram torturadas e brutalmente assassinadas a mando de um líder do Comando Vermelho, que ordenou o crime de dentro da prisão.

O motivo, segundo a investigação, teria sido a interpretação dos sinais com a mão feitos por elas em fotos tiradas em momento de lazer com a família e publicadas nas redes sociais.

Rapper foi jogada viva em rio após gestos "proibidos"
Sinais com os dedos que podem ser interpretados como de facções. (Foto: Reprodução SBT)

No dia 17 de dezembro do ano passado, o turista Henrique Marques de Jesus, de 16 anos, foi sequestrado, agredido e morto por um grupo de traficantes de Jericoacoara (CE). O corpo dele foi encontrado no dia seguinte, em um ponto afastado do centro da vila turística mundialmente famosa. A família acredita que o motivo tenha sido o gesto com a mão que Henrique costumava fazer em fotos publicadas nas redes sociais.

Recentemente, a rapper baiana Duquesa decidiu retirar do ar o videoclipe de seu single “Fuso”, lançado em 16 de dezembro e viralizado no TikTok. A medida foi tomada após fãs alertarem que um gesto feito pela artista no vídeo, representando o número 3 com as mãos, poderia ser associado a uma facção criminosa de Salvador, o Bonde do Maluco (BDM). Com receio, a cantora optou pela exclusão do conteúdo.

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