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À espera de duplicação, BR-163 registra uma morte a cada 35 horas em MS

Em 19 dias de dezembro de 2024, foram registradas ao menos 13 mortes ao longo dos 845 km da BR-163 em Mato Grosso do Sul. Em média, uma pessoa morre a cada 35 horas na rodovia da morte, como é conhecida há décadas. Os números chocam e expõem a necessidade urgente de duplicação.

Importante destacar que o número de mortes pode ser ainda maior, visto que o levantamento foi baseado em notícias publicadas pelo Jornal Midiamax no período. Há décadas, quem trafega pela rodovia sonha com a duplicação do trecho que corta Mato Grosso do Sul e é rota de famílias e cargas.

O sonho chegou perto de se tornar realidade em 2014, quando a via foi entregue para concessão privada e os primeiros kms foram duplicados. Mas passados 10 anos, apenas 150 dos 845 km da BR-163, receberam pista adicional para tráfego de veículos. Em contrapartida, o fluxo de veículos aumentou exponencialmente.

Levantamento da CCR MSVia, concessionária da via, prevê que 1,5 milhão de veículos trafeguem ao longo de toda a BR-163 em Mato Grosso do Sul neste fim de ano. Só nos dias de Natal e Réveillon, são esperados mais de 300 veículos na via.

Somado a isso, o número de caminhões de grande porte que cortam a principal rodovia do Estado, pode chegar a 15 mil, dependendo do trecho. A região de Campo Grande é a mais movimentada.

Mais 30 anos com a CCR

Após 10 anos de atuação, o contrato de concessão da BR-163 passa por uma repactuação, aprovada pelo TCU (Tribunal de Contas da União). Nos últimos anos a empresa alegou que não era viável seguir com o contrato como estava, apesar dos pedágios ativos.

Com 9 praças de pedágio e tendo investido R$ 2,1 bilhões em 10 anos, a CCR MSVia terá mais 30 anos para administrar a rodovia de Mato Grosso do Sul. O novo contrato será assinado em breve, mas com algumas metas a cumprir.

A concessionária terá de investir R$ 9,3 bilhões e antecipar as obras em cinco anos. O valor a ser investido pela empresa é 4 vezes maior do que todos os investimentos feitos nos 10 anos da concessão.

O preço pode subir significativamente nos próximos anos e chegar ao teto de R$ 15 por praça. Mas, a boa notícia, é que o reajuste ao máximo só ocorre se a concessionária cumprir com o compromisso de duplicação. Com a repactuação do contrato, fica estabelecido que o preço do pedágio só aumenta se as obras previstas forem entregues.

Rodovia da morte

O setor de transporte rodoviário de Mato Grosso do Sul tem feito duras críticas a repactuação do contrato e cobra medidas mais duras contra a empresa. O Setlog MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística de MS) tem levantado a bandeira do perigo que a rodovia oferece.

“Toda nossa produção viaja por caminhões, de grande porte, uns muito potentes outros mais antigos e as famílias precisam viver no meio desse trânsito intenso na BR-163. Não é uma viagem tranquila e prazerosa, é uma viagem tensa, perigosa”, afirma o presidente Claudio Cavol.

Ele critica a decisão de repactuar o contrato e exige regras mais duras e que obriguem investimentos imediatos em duplicação. “Esse contrato será de mais 30 anos, e do jeito que está, significa que nossos filhos e netos não vão ver essa rodovia duplicada”, afirma.

Falta de radares agrava problema

Há cerca de seis meses, vários radares de controle de velocidade foram retirados de trechos importantes da BR-163, gerando preocupação, protestos de moradores, acidentes e mortes. Os radares foram retirados de pontos cruciais, como áreas urbanas de cidades como Campo Grande, Anhanduí, Jaraguari, Bandeirantes e outras.

Em junho deste ano, a ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) disse que os radares pertenciam a um antigo contrato do Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes, que foi encerrado.

Além disso, disseram que os radares retirados não estavam adequados às normas atuais do Inmetro, o que também contribuiu para a remoção. O intuito era instalar equipamentos modernos e adequados às normas vigentes, ao fim do processo. Porém, sem dar prazo para a reinstalação dos redutores de velocidade.

Na época, a CCR MSVia, que detém a concessão da rodovia, disse o mesmo. Porém, passados vários meses da nota, os equipamentos não foram reinstalados.

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