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Cidade goiana só elege homens para prefeito, vice e vereador há mais de 20 anos

Cabeceiras, na região norte de Goiás, há mais de 20 anos elege apenas homens para cargos de prefeito, vice-prefeito e vereador. O prefeito da cidade, Everton Francisco de Matos (PDT), o Tuta, lembra que o município nunca teve uma mulher no comando da prefeitura desde a emancipação do município, em 1958.

“Falta a participação efetiva [de mulheres] com esse objetivo [de representação política]”, afirmou o prefeito Everton Francisco de Matos, ao g1.

A última e única mulher eleita para o cargo de vereadora ocorreu em 1996. Trata-se da parteira Sebastiana Pereira Cordeiro, na época com 52 anos. Ela obteve 148 votos e ocupou a última de nove cadeiras na Câmara Municipal. Em 2000, a vereadora buscou a reeleição, teve oito votos a menos e não foi eleita. Sebastiana faleceu em 2018.

Duas décadas depois, em 2016, uma sobrinha da vereadora, a conselheira tutelar Maria das Graças Alencar, a Maria Ceará, concorreu a uma das nove vagas para a Câmara de Cabeceiras. Ela foi uma das 11 mulheres em um universo de 35 candidaturas a vereador. No entanto, conseguiu apenas 163 votos, pelo PSDC (hoje Democracia Cristã – DC) e não conseguiu repetir o feito da tia.

Em 2020, Maria Ceará tentou novamente se candidatar, mas o seu registro foi invalidado pela Justiça Eleitoral. No portal do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) consta a informação de “partido invalidado”. Ela disputaria pelo DEM (atual União Brasil).

Nas eleições deste ano, foram 58 candidaturas registradas no TSE, sendo 16 delas de mulheres, ou seja, 31% contra 69% de homens. Neste grupo, a mais votada foi a candidata Cleide Alencar da Saúde (PDT), de 57 anos, que conseguiu 279 votos e ficou apenas como suplente. O partido dela elegeu três homens.

Segundo o último censo do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE), Cabeceiras conta com mais de sete mil e quinhentos habitantes. Dados do TSE mostram que o município possui 7.736 eleitores. Deste total, 51% são homens e 49% mulheres.

Cota de gênero

Em 2020, o TSE apurou que houve fraudes na cota de gênero nas eleições do município. De acordo com o julgamento, foram registradas candidaturas fictícias para o cargo de vereadora registradas pelo DEM (atualmente, União Brasil). A Justiça Eleitoral chegou a determinar o lançamento de três candidatas apenas para preencher a cota mínima exigida pela legislação, de 30% de gênero.

Fonte: G1

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