Fazendeiros de Mato Grosso do Sul que tiveram prejuízos nas atividades econômicas desenvolvidas nas propriedades, por causa da seca e incêndios que atingem o Pantanal, poderão ter acesso à linha de crédito de R$ 300 milhões.
A expectativa foi anunciada, nesta quinta-feira (22), pelo chefe da Semadesc (Secretaria Estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação), Jaime Verruck, no boletim em vídeo sobre a Operação Pantanal, que previne e combate os incêndios no bioma.
Segundo o secretário, a linha de financiamento deverá ficar disponível dentro do FCO (Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste) Pantanal e oferecer condições facilitadas de empréstimo, como carência, prazo maior para pagamento e possibilidade de renegociação de dívidas.
“Muitos desses produtores perderam suas cercas, tiveram problema de pastagem, de alimentação de gado e retenção de matrizes. Então, nós aprovamos isso. Foi até aprovado por unanimidade”, afirmou Verruck.
Reunião realizada ontem (21) entre os governadores dos três Estados do Centro-Oeste e pastas do Governo Federal deu sinal positivo para a criação da linha de crédito. Encontro marcado para 11 de setembro, com o conselho deliberativo da Sudeco (Superintendência do Desenvolvimento do Centro-Oeste), poderá dar o aval final que vai permitir o lançamento.
“A previsão é que, em 12 de setembro, já esteja disponível”, frisou o secretário.
Uma das sublinhas de empréstimo do FCO Pantantal deverá ser a retenção de matrizes (vacas destinadas à reprodução), considerando a criação de bezerros – o forte das propriedades do bioma, disse Verruck.
“Em função de não ter pasto, nós começamos a ver uma venda de matrizes. Se eles [os fazendeiros] começam a vender suas fêmeas, eles não vão conseguir repor o gado. A gente vai pagar o produtor, para que consiga alimentar o seu gado e para que não venda a sua matriz”, explicou.
O FCO é um fundo de crédito criado pela Constituição Federal de 1988 e disponibilizado por bancos e cooperativas de crédito associados aos produtores rurais ou empresários que desenvolvem atividades em Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás ou no Distrito Federal. Só este ano, R$ 200 milhões do FCO já financiaram a produção rural no Estado, informou o secretário.
Às pessoas – Para dar assistência às comunidades ribeirinhas que também sofrem com a seca e o fogo que tomam conta do Pantanal sul-mato-grossense, o governo vai usar parte dos recursos federais já destinados a combater os incêndios no bioma e seus efeitos. Uma missão humanitária inédita no Estado deve levar comida, assistência em saúde e água potável até elas a partir deste domingo (25).
O plano é alcançar cerca de 3 mil pessoas até 30 de novembro.
Ainda segundo Verruck, o Estado está pedindo ao Governo Federal mais R$ 20 milhões para serem usados na continuidade de ações como essa e as relacionadas diretamente ao combate às chamas incêndios ao Governo Federal.