A família de Autamir Pinto de Souza, de 48 anos, morador de Costa Rica (MS), denuncia uma clínica particular de reabilitação em São Paulo onde o homem estava há dois dias por negligência, após ele ser espancado e morto.
A irmã de Autamir contou ao Jornal Midiamax, que ele era alcoólatra. Tempos atrás decidiram pela internação dele e encontraram a tal clínica em que fica em Santa Clara do Oeste, onde a princípio ele ficaria por 6 meses. Tal tratamento era custeado pela irmã, que havia sido informada de que haveria mediação, terapia e atendimento com psiquiatra.
Ocorre que ele deu entrada na clínica na terça-feira (2) por volta das 12h. Dois dias depois, na quinta-feira (4) ele foi agredido e espancado dentro da clínica. Autamir foi encaminhado para unidade de saúde, onde deu entrada acordado, porém com falas desconexas e sangramento grave.
A irmã informou que no sábado (6) a clínica ligou para ela e omitiu a informação. Disse que ele teve uma convulsão e bateu a cabeça. “Disseram para eu não me preocupar, que tinha um cuidador com ele no hospital”, lembra.
Ela contou ainda que devido a gravidade o irmão foi transferido para o Hospital de Base, onde deu entrada já em protocolo de morte encefálica.
A mulher depois descobriu que a informação era de que ele estava sozinho, sem acompanhante no hospital e que havia sido agredido. “Deixaram ele lá igual indigente. Ele foi transferido às pressas para São José do Rio Preto, para o hospital de base já chegou lá entubado”, contou.
A equipe médica do Hospital de Santa Fé do Sul, primeiro hospital atendido, fez o boletim de ocorrência quando atendeu, depois que percebeu que Autamir havia sido brutalmente agredido.
Os aparelhos foram desligados no sábado (13). No domingo (14) o corpo foi levado e sepultado em Costa Rica. Na segunda-feira (15) a mulher foi até a cidade onde prestou depoimento na delegacia. Ela conta que está indignada com a situação.
“É uma clínica particular. Você paga, deixa uma pessoa responsável por ele’, lamenta. Ela explicou ainda que além da morte, claro, a indignação é pelo fato de terem o deixado sozinho no hospital e por terem omitido a situação para a família.
Conforme consta no boletim de ocorrência, a vítima havia sido encontrada pela equipe de plantão da clínica após relatar uma suposta queda no quarto. Ele apresentava um corte no supercílio, teria recebido atendimento e curativo. Autamir não teria descrito dores adicionais.
No dia seguinte ele passou a relatar que não estava bem e foi encaminhado para a UPA (Unidade de Pronto Atendimento) em Santa Fé do Sul, onde foi diagnosticado com fratura na costela.
A clínica foi procurada e informada da situação e teria feito uma ‘investigação profunda’ quando descobriu que Autamir havia se desentendido com outro paciente na clínica resultando em agressões mútuas. Sendo que os outros pacientes não relataram o caso por medo do autor, que os ameaçava. Ainda consta no B.O., que para garantir a segurança e integridade física de todos o autor foi transferido para outra instituição terapêutica.
A irmã não acredita muito na versão. Ela explicou que o irmão não é usuário de drogas e não tem outros vícios, apenas a bebida alcoólica. Disse ainda que a abstinência o deixava com atitudes como criança, por exemplo, quer tirar as roupas, mas nunca agressivo. “Eu expliquei isso quando o deixei lá e eles falaram pra ficar tranquila que tinha medicação, psiquiatra”, contou.
O caso está sob investigação na Delegacia de Santa Clara do Oeste. A reportagem entrou em contato com a clínica e aguarda retorno.
O espaço segue aberto para o posicionamento da clinica.