Edilene Cristina Ajala, 26, procurada por aplicar golpes com o conhecido “Boa noite Cinderela” na saída de casas noturnas, aproveitava o fato de cursar técnico de Enfermagem para conseguir os medicamentos e então dopar as vítimas, geralmente homens de meia idade. Ela contava com ajuda da mãe, Eliane Ajala, 50, para aplicar os golpes, e de outros dois homens, que acabaram presos nesta sexta-feira (11). Mãe e filha são consideradas foragidas.
O delegado da Derf (Delegacia Especializada de Repressão a Roubos e Furtos), Jackson Vale, concedeu entrevista coletiva à imprensa e repassou algumas informações acerca da investigação que chegou a identificação da quadrilha. As apurações começaram em abril deste ano, justamente na época da Expogrande, feira agropecuária que recebe centenas de pessoas durante os dias de evento.
Uma vítima procurou a delegacia informando ter sido abordada por duas mulheres, uma mais velha e a outra mais nova. “A mais velha dizia que a mais nova estava interessada no homem. O trio começou a ingerir bebidas alcoólicas na saída da Expogrande e depois a vítima só se lembra de acordar em casa, na cama, notando que a casa havia sido roubada”, explicou o delegado.
A vítima observou que todos os objetos de grande valor haviam sido furtados, incluindo o ar-condicionado. “Notou também que o carro foi retirado da garagem, mas depois devolvido na frente da casa, e estava com marcas de barro. O celular da vítima também foi levado”, disse Jackson. O prejuízo foi de aproximadamente R$ 25 mil.
Em seguida, o homem tirou extrato da conta corrente e observou que houve transferências repetidas para a conta de uma pessoa jurídica, uma oficina mecânica.
Passo a passo – A investigação começou pela empresa que recebeu o dinheiro. “Chegamos então ao primeiro suspeito, que foi preso em abril quando fez uma compra por Pix com o celular da vítima. Ele efetuou o pagamento em uma oficina mecânica deixando uma moto produto de crime também para conserto”.
Esse suspeito acabou solto, mas passou a ser observado pelos investigadores como sendo uma figura chave. “Ele recebia o dinheiro das contas da vítima e depois fazia repetidas transferências para outra conta indicada pela mulher que é líder da quadrilha”, explica o delegado. A polícia então chegou a identificação das mulheres e de uma quarta pessoa.
O delegado acredita que a jovem, por cursar técnico em Enfermagem, tenha conhecimento e alguma facilidade na hora de adquirir medicamentos para dopar as vítimas. Até o momento, três homens foram vítimas da quadrilha e um deles era casado. Por isso, não forneceu muitos detalhes.
O delegado explica que podem aparecer mais vítimas, contudo, o fato de algum homem ser casado, dificulta as apurações. Segundo a polícia, essas vítimas temem exposição.
Prisão – O suspeito preso em abril, acabou levado mais uma vez para atrás das grades, junto com outro homem, ambos responsáveis em lavar o dinheiro dos golpes. Eles foram localizados na região do Bairro Aero Rancho, nesta quinta-feira (11), e têm passagens por roubo.
A quadrilha responderá por roubo majorado, associação criminosa e lavagem de dinheiro.