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Criança que morreu engasgada em Cassilândia foi enterrada no dia do aniversário do pai

João Lucas Facchini Ferraz, de 3 anos, que morreu engasgado com pedaço de bolo enquanto lanchava na creche, foi enterrado no dia em que o pai, Lucas Facchini, completou 33 anos. “Ontem foi o aniversário do pai dele. O dia que enterramos o nosso filho”, disse a mãe Maluany Dias Ferraz, 32 anos.

A criança morreu na tarde de segunda-feira (3) no Cmei (Centro Municipal de Educação Infantil) Juracy Lucas, na Vila Pernambuco, em Cassilândia (MS). No momento do incidente, um profissional da unidade escolar aplicou técnicas de primeiros socorros. A criança chegou a ser levada para o Hospital Santa Casa, mas não resistiu.

Os pais, ainda em choque com o ocorrido, acreditam que demoraram para perceber que a criança havia se engasgado. “Foi uma fatalidade. A gente sabe que foi. Mas deram o lanche e saíram de perto. “Quando foram ver ele já tinha caído no chão, estava roxo. Já não tinha mais o que fazer. Acredito que se tivessem visto antes, na hora que ele começou a passar mal, tinham salvado meu filho”, relatou o pai, que no momento em que recebeu a notícia trabalhava em Chapadão do Sul.

A família afirma que na sala de Lucas eram cerca de 20 crianças, tinham de 3 a 4 cuidadoras e só a sala deles lanchavam naquele momento. A mãe, que tem mais dois filhos de 5 e 9 anos, lembra que João Lucas, o caçula, entrou no Cmei em março e gostava muito da escola.

“Havia acabado de comprar uma mochila de dinossauro, que ele adorava. Estava todo feliz, com o cabelo arrumadinho, de uniforme. Ele era a minha vida, chegava para buscá-lo, ele vinha correndo falando: “Mamãe”, contou.

João Lucas no primeiro dia de aula (Foto: arquivo familiar)

Segundo Maluany, também estava trabalhando quando o irmão foi buscá-la informando que João Lucas havia passado mal na escola. No hospital, a mãe foi recebida por uma das funcionárias da escola dizendo que o menino estava comendo bolo, quando começou a se engasgar, mas que ele ficaria bem. “Quando olhei para o lado eu vi outra professora sentada no chão e chorando muito. Percebi ali que algo de muito grave havia acontecido. O médico disse que fez de tudo para salvá-lo”.

O menino foi sepultado ontem. A prefeitura da cidade publicou nota de pesar, lamentando o ocorrido e decretando luto oficial de três dias (4, 5 e 6 de junho). Também foi cancelada uma audiência pública que ocorreria na Câmara Municipal.

O procurador jurídico da prefeitura de Cassilândia, Donizete Cadete, disse em entrevista à rádio Rotativa no Ar do município de que foi uma fatalidade e não há explicação de forma direta. Vamos abrir uma PAD (Procedimento Administrativo Disciplinar) para saber se houve responsabilidade por parte de algum servidor. Os funcionários da creche estão todos abalados. É lamentável, é uma dor muito grande”, afirmou. O caso foi registrado na Polícia Civil e segue sob investigação. O laudo que vai apontar a causa da morte da criança deve ficar pronto em 10 dias.

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