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Amplavisão – Candidatos: cuidado com as suas máscaras

ALERTA: Importa sim o contato inicial do eleitor com o candidato. Cabe ao último se posicionar no mesmo patamar do eleitor, sem aquelas formalidades que possam constrange-lo. Nesta hora a simplicidade e a paciência formam binômio fundamental. Não é por acaso que políticos mineiros tem ‘paciência de Jó’ com o eleitor.

OBSESSÃO pelo poder é coisa séria. Também nestas eleições, por vaidade, miopia e surdez, ambiciosos meterão os pés pelas mãos como candidatos a prefeito. Alguns sonham em aproveitar essa visibilidade como preparatória à outras pretensões; deputado estadual ou federal em 2026. Em tese nada teriam a perder como candidatos.

ESTILOS definem o ser humano e o candidato. Cada qual tem o seu: técnico, sutil ou irônico. Vários fatores influenciam na postura em situações e ambientes diferentes. Ao longo da campanha é possível por causa de pesquisas, que façam correções. Mas antes do 1º turno deve-se abster das críticas aos concorrentes por eventuais alianças. Todos corteses.

PERFEITO: Só com a inteligência artificial e os truques digitais seria capaz de se ter o candidato ideal: conduta irretocável, honesto, culto, experiente em gestão pública, bom orador, cultivador dos valores morais e aberto ao diálogo com os cidadãos. Na Grécia o filósofo Diógenes – com sua lâmpadaprocurou e não achou alguém com esse perfil.

HIPOCRISIA: Comum no universo político. José de Alencar, ex-vice presidente da república se gabava de sua honorabilidade. Mas negou a paternidade da filha de 60 anos de idade por 15 anos. Morto em 2011, ‘curiosamente cremado’, sem ter a dignidade de aceitar a filha, ex-enfermeira da sua Caratinga (MG). Pura falácia! Caiu a máscara!

COISA FEIA: Homens públicos precisam dar bom exemplo. No caso de Zé de Alencar sua visibilidade social estava acima dos cidadãos comuns. Certa feita ele disse:  O homem deve ter medo de perder a honorabilidade, especialmente na vida pública” – mas lamentavelmente não estendeu esse conceito de conduta à sua vida familiar, pessoal.

MÁSCARAS: Às vésperas das eleições vale alertar sobre o artifício de políticos em passar uma imagem irretocável à opinião pública. Apesar das regras da justiça, ainda há brechas para essas máscaras – infelizmente só descobertas após as eleições. Aí é tarde demais. Com o mandato garantido, o eleitor vai conhecer o outro lado do candidato.

PROMETE: Falei com deputados de siglas diferentes na sessão da última quinta. A irritação é visível pela demora do desfecho do caso envolvendo os 3 conselheiros do Tribunal de Contas. Tem-se como certa a posição favorável da mesa diretora da Assembleia para formação de comissão parlamentar de acompanhamento dos processos.

VIDA CURTA: Em 1943 foi criado pelo Governo Getúlio Vargas o Território de Ponta Porã abrangendo P. Murtinho, Bela Vista, Dourados, Miranda, Nioaque e Maracaju. Foram 3 os governadores e a sua extinção ocorreu em 1946 pelas Disposições Transitórias da Constituição Federal, de autoria do deputado cuiabano João Ponce de Arruda. (Sergio Cruz – ‘História da Fundação de MS’).

MEIA VOLTA?   Isso conta! Em 2022 Dione Hashioka obteve em Nova Andradina 8.495 votos (35,61%) para deputada federal, seguida de Marcos Pollon (PL) (1.600 votos). Nomeada Subsecretaria Estadual da Educação, ela deixaria o cargo e disputaria a prefeitura contra Leandro Fedossi (PSDB), presidente da Câmara Municipal.

SABIDO:  A experiência conta. Zeca do PT evita ‘bolas divididas’ – navega nas águas que conhece. Hoje, avô de 5 netos evita opinar ou debater alguns temas polêmicos defendidos pelo seu partido, ligados a LGBT e afins. Indagado pelo colunista ele ponderou: “Tô fora. Prefiro cuidar dos ‘Sem Terra’, índios e da Agricultura Familiar”.

AUTISTAS: Ganhando visibilidade e proteção de leis. Os deputados Neno Razuk (PL) e Lucas de Lima (PDT) lutam pela causa. Destaco o recente PL do deputado pedetista que estabelece prazo indeterminado de validade para os laudos médicos e ou médicos periciais para obtenção de benefícios às pessoas com essa deficiência.

HASHIOKAO deputado comemora. A senadora Tereza Cristina (PP) e 33 senadores apresentaram PEC incluindo na Carta Magna (art. 225-§4º) as mudanças constando também o Pantanal Sul-Mato-Grossense entre os patrimônios nacionais. Hoje há apenas o registro da existência do ‘Pantanal Mato-Grossense’, omitindo a nossa parcela do bioma.

NO TABULEIRO: Pouco a pouco os grupos políticos e partidos vão se definindo nas cidades. Há dificuldades habituais em curar cicatrizes deixadas pelas últimas eleições, também de atrair outros personagens e líderes da comunidade. A montagem de chapas de vereadores segundo as novas determinações da Justiça Eleitoral tem sido um desafio.

O JEITINHO:  A gente sabe como funciona a contabilidade dos gastos eleitorais por aí. O famoso ‘por fora’ vem sobrevivendo com adoção de várias artimanhas e esquemas de entrega do dinheiro vivo aos candidatos à vereança principalmente. O desafio é não deixar pegadas que levem a processos e outros problemas junto a Justiça Eleitoral.

MULHERES: Ontem ignoradas e até rejeitadas, hoje cortejadas pelos partidos devido a motivos óbvios. Professoras, assistentes sociais, advogadas, comerciantes e funcionárias ligadas à saúde parecem ter (se quiserem) espaço garantido nestas eleições. Claro que cada cidade tem características próprias devido a sua realidade social e cultural.

PLANTÃO:  O pessoal do PL diz que a decisão da escolha do candidato do partido em Campo Grande virá de Bolsonaro. Mas ouvirá quem para decidir? Na recente conversa com o tenente Portela senti mais dúvidas do que certezas. Falou-se até no nome do ex-vereador André Salineiro, agente da Polícia Federal. Confuso, muito esquisito.

INSISTO:  Os bolsonaristas ainda estão unidos como nas últimas eleições? A votação de Marcos Pollon ou do capitão Contar na capital serviria como parâmetro do poder de fogo do Partido Liberal? E finalizando: os bolsonaristas teriam força para decidir as eleições em Campo Grande à favor de quem mesmo (caso seu candidato fique fora do 2º turno)?

TRAGÉDIAS: Doa a quem doer. Elas ignoram as preferências políticas e esportivas. Eventos que nivelam nossa fragilidade e ao mesmo tempo afloram nosso sentimento de solidariedade, ainda que seja temporário. Foi assim na pandemia onde muitos prometeram encarar a vida de outro jeito. Mas os gaúchos estão demonstrando uma garra sem igual. Inegável! É de tirar o chapéu!

AFORISMAS DO CARLOS CASTELO

  • A França faz perfume, mas a colônia é o Brasil.
  • No Estado laico, a religião oficial é a burocracia.
  • Nossos pobres devem ser riquíssimos. Eles pagam por tudo.
  • Nunca se mentiu tanto, para tantos, e em tão pouco tempo.
  • Sabe o que é pior? Perderam a senha de wi-fi do Brasil.
  • Em Brasília não se faz política. Compra-se.
  • Governar é administrar a coisa pública como se fosse uma privada.
  • Nosso problema não é o controle da natalidade, é o descontrole da mortalidade.

Manoel Afonso é advogado e comentarista político da TV Record/MS.

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