Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) publicou nesta terça-feira (5/3) a aprovação do Zoneamento Agrícola de Risco Climático (Zarc) para a Pecuária no para o Mato Grosso do Sul e outros 17 estados. A publicação está disponível no Diário Oficial da União [clique aqui para acessar].
Segundo as informações do Mapa, o Zarc Pecuária visa identificar as áreas de menor risco climático e definir as melhores regiões para produção de bovinos pastejando Capim-marandu no Brasil, em sistema de cultivo de sequeiro. Além disso, define três indicadores de risco, em cada município, para diferentes classes de água disponível no solo e de taxa de lotação, visando reduzir perdas de produção e obter produtividades mais elevadas.
A base de dados meteorológicos utilizada no Zarc Pecuária é composta por dados diários de precipitação, temperaturas máxima e mínima, radiação solar, umidade relativa e vento. Já os indicadores de risco climático foram estimados a partir dos modelos: Produção Primária de Forragem e de Déficit de Forragem Cumulativo.
Os resultados são gerados considerando um manejo agronômico adequado para o bom desenvolvimento, crescimento e produtividade da cultura, compatível com as condições de cada localidade. Falhas ou deficiências de manejo de diversos tipos, desde o manejo do pastejo e da fertilidade do solo até o manejo de pragas e doenças ou escolha de cultivares inadequados para o ambiente edafoclimático, podem resultar em perdas graves de produtividade ou agravar perdas geradas por eventos meteorológicos adversos. Portanto, é indispensável: respeitar as recomendações técnicas de cultivo e uso do Capim-marandu; utilizar tecnologia de produção adequada para a condição edafoclimática; controlar efetivamente as plantas daninhas, pragas e doenças durante o cultivo; adotar práticas de manejo do pastejo e de manejo e conservação de solos.
A aprovação do Zarc Pecuária estão limitados ao Distrito Federal e aos estados de Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Alagoas, Bahia, Maranhão, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Rio Grande do Norte, Sergipe, Tocantins, Espírito Santo, Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, devido a metodologia utilizada que abrange as regiões de Cerrado e Mata Atlântica, não podendo ser extrapolada para regiões do semiárido, amazônica e certas regiões subtropicais do Brasil.
O zoneamento agrícola da pecuária entra em vigor 1º de abril de 2024.
Zarc para forrageiras
O zoneamento agrícola de risco climático para pecuária é um pouco mais complexo que o zoneamento para culturas agrícolas, pois o sistema envolve mais um componente: o animal.
No Zarc forrageiras para pecuária de corte, o balanço entre crescimento do pasto e demanda por alimentos é o principal fator para identificação do risco climático.
A partir dos resultados do Zarc Pecuária será possível verificar a taxa de lotação crítica das pastagens em cada município e os meses com maior risco de faltar alimentos em função da taxa de lotação animal utilizada.
O Zarc é uma importante ferramenta para a redução dos riscos de perdas na agropecuária e minimização das perdas de ordem econômica.
Aplicativo Plantio Certo
Produtores rurais e outros agentes do agronegócio podem acessar por meio de tablets e smartphones, de forma mais prática, as informações oficiais do Zarc já publicadas, facilitando a orientação quanto aos programas de política agrícola do governo federal. O aplicativo móvel Zarc Plantio Certo, desenvolvido pela Embrapa Agricultura Digital (Campinas/SP), está disponível nas lojas de aplicativos.
Os resultados do Zarc também podem ser consultados e baixados por meio da plataforma “Painel de Indicação de Riscos” e nas portarias de Zarc por Estado.