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Mulher retirou medida protetiva antes de ser morta em MS

Assassinada aos 33 anos, Joelma da Silva André já era vítima de um ciclo de violência praticado pelo então marido, Leonardo da Silva Lima, de 37 anos. Ela chegou a denunciá-lo, mas retirou a medida protetiva, que impedia a aproximação dele. Nas primeiras horas da manhã desta quarta-feira (21), ela foi morta por Leonardo com nove facadas, sendo três no rosto, cinco nas costas e uma no tórax onde a faca ficou cravada após o assassinato. O crime presenciado pelos filhos do casal, em Campo Grande.

Segundo o site Campo Grande News apurou que os dois moravam juntos, atualmente no Núcleo Industrial do Indubrasil. O relacionamento perdurava há aproximadamente quatro anos e o casal tinha dois filhos em comum. Além de Joelma também ter três filhos de outro relacionamento.

Joelma foi morta com nove facadas na frente das filhas de 13 e 7 anos (Foto: Reprodução | Redes sociais)
Joelma foi morta com nove facadas na frente das filhas de 13 e 7 anos (Foto: Reprodução | Redes sociais)

Joelma chegou a denunciar o marido por violência doméstica e pediu medida protetiva de urgência – que impede a aproximação do agressor. No entanto, entre os meses de março e maio de 2023, compareceu à justiça e pediu a revogação. Não há informações se o casal estava junto mesmo com a medida em vigor.

Entenda  – De acordo com informações repassadas durante coletiva de imprensa na Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher) pelas delegadas Elaine Benicasa e Analu. Elas destacaram ainda que o crime não foi passional e sim de ódio, já que o que motiva feminicídios não é paixão.

Segundo Analu, as cinco filhas da vítima já foram ouvidas. A mais velha de 16 anos, prestou depoimento na própria Deam e relatou que em 4 anos nunca havia acontecido uma briga tão feia entre o casal. Segundo ela, a discussão começou na noite de terça-feira (20) e ela chegou a ser agredida pelo padrasto Leonardo da Silva Lima quando tentou intervir e acabou indo dormir.

Delegadas Analu Ferraz (à esquerda) e Elaine Benicasa ( à direita) durante coletiva (Foto: Alex Machado)
Delegadas Analu Ferraz (à esquerda) e Elaine Benicasa ( à direita) durante coletiva (Foto: Alex Machado)

“Ela contou que levou um tapa no rosto e foi mandada embora. Então ela foi para o quarto que fica do lado de fora da casa e hoje foi acordada pela irmã de 13 avisando que a mãe estava morta”, disse Analu.

Duas filhas da vítima presenciaram o crime, a de 13 anos e a de 7 anos que estava ao lado de Joelma no sofá. Ambas foram ouvidas na DEPCA (Delegacia Especializada no Atendimento à Criança e ao Adolescente), a mais velha contou que enquanto esfaqueava a mulher, Leonardo perguntava se ela o deixaria e ela falava que não. As duas menores, de 3 e 1 ano, estavam dormindo no momento do crime.

Leonardo foi preso em uma casa na Rua 70 no Bairro Nova Campo Grande. Na ocasião, ele havia acabado de pular um muro para trocar de roupa. Em depoimento, ele confessou o crime e disse não estar arrependido, de acordo com a delegada.

“Ele contou que tiveram a discussão, ele foi levado pela Polícia Militar e depois voltou dizendo que mataria a mulher. ‘fui na cozinha peguei a faca e comecei’, foi isso que ele disse e que era inadmissível que ela tivesse outro homem, por isso a matou”, pontuou Analu.

Conforme a delegada, Leonardo se mostrou frio e tranquilo enquanto contava sobre o crime. Ao ser questionado sobre as filhas menores, que são do relacionamento com Joelma, ele afirmou que a avó cuidaria já que a mãe estava morta e ele preso. “Ele falou que não estava arrependido”, explicou a delegada.

O homem ainda relatou que as crianças tentaram intervir nas facadas, mas eram “apenas crianças” e não conseguiram. Familiares e vizinhos da vítima também foram ouvidos e o caso segue sendo investigado.

Faca usada no crime foi apreendida pela Polícia Civil (Foto: Idaicy Solano)
Faca usada no crime foi apreendida pela Polícia Civil (Foto: Idaicy Solano)

 

 

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